Publicado em 04/01/2023 às 09h57.

Ministério da Cultura leva a Bahia para Brasília e precisa contornar desafios

A pasta comandada pela cantora Margareth Menezes traz João Jorge à frente da Fundação Palmares e Maria Marighella na Funarte

Gabriela Araújo
Foto: Reprodução/Redes sociais (@joaojorgeakan/ @magaafropop/ @mariamarighella)
Foto: Reprodução/Redes sociais (@joaojorgeakan/ @magaafropop/ @mariamarighella)

 

O Ministério da Cultura do terceiro mandato do governo Lula (PT) traz dendê nas suas raízes e a Bahia em sua essência. Com João Jorge, à frente da Fundação Palmeiras, e Maria Marighella na Funarte, a pasta terá a grande responsabilidade de devolver ao país a valorização cultural extinta pelo governo Bolsonaro (PL). 

João Jorge, presidente do bloco cultural Olodum, já havia sido anunciado desde o dia 22 de dezembro para comandar a Fundação. O advogado foi um dos primeiros convidados de Margareth para se aliar à pasta.

Já o anúncio da entrada da vereadora de Salvador Maria Marighella no Ministério aconteceu na última terça-feira (3). O convite feito pela recém-empossada ministra Margareth Menezes foi divulgado nas redes sociais da parlamentar.

No Twitter, a futura presidente da Funarte afirmou estar “honrada” com o convite e assumiu a responsabilidade de “reconstruir as Políticas Nacionais das Artes”.


Além de ser neta do revolucionário Carlos Marighella, a parlamentar possui um vasto legado na área cultural. Formada em Teatro pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), Maria defende fervorosamente o setor na Câmara Municipal de Salvador (CMS), anteriormente, ela já havia passado pela Coordenação de Teatro da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb).

Ela também já foi coordenadora de teatro da Funarte e em 2023, retorna como presidente da pasta. 

Nas redes sociais, políticos, artistas e sociedade civil comemoraram a nomeação de Marighella. 

“Viva Maria Marighella”, celebrou o ator José de Abreu nas redes sociais. 

“Nossa cultura em primeiro lugar! A companheira Maria Marighella foi convidada pela Ministra Margareth Menezes para ser a primeira mulher nordestina a presidir a Funarte. A reconstrução do nosso país atravessa a cultura e temos a certeza de que as artes estão em boas mãos”, escreveu a vereadora de Salvador e líder da oposição deste biênio na CMS, Laina Crisóstomo.

Desafios

A partir de agora, os novos nomes da Cultura enfrentam o desafio de transformar o setor, após os grandes desmontes e desvalorizações promovida pela antiga gestão. Durante a pandemia, por exemplo, houve uma perda de R$ 69 bilhões durante a pandemia. Além disso, o setor foi alvo de diversos vetos nas leis que fomentavam recursos para área no período em que o mundo precisou ficar recluso, devido o pico da Covid-19. 

Em entrevista à GloboNews, a nova ministra defendeu a Lei Rouanet, tanto criticada pelo governo Bolsonaro, e afirmou que pretende desmistificar a ideia de que a lei “dá dinheiro a artistas”.

“A lei Rouanet é uma grande preocupação nossa. Neste novo momento, vamos fazer um decreto, buscando levar a lei com distribuição nacional. Temos que entender que esta lei é de fomento a Cultura e não dá dinheiro a artistas”, disse.

“É uma coisa que estamos tratando de fazer de forma explicativa e popular, para as pessoas tirarem essa ideia de que a Lei Rouanet dá dinheiro a artistas. A Cultura e a Arte de qualidade são caras de fazer”, afirmou. “A Cultura é um instrumento de transformação”, concluiu, durante o programa Em Pauta, exibida na terça-feira (3).

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