Publicado em 06/12/2023 às 16h18.

Ministros do centrão têm dificuldades para ampliar aliança de Lula no Congresso

Os ministros têm participado de compromissos no Congresso também com objetivo de promover suas respectivas pastas e iniciativas

Redação
Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados

 

A estratégia de licenciar ministros do centrão da Câmara dando cargos na Esplanada do governo Lula (PT), com intuito de melhorar a relação entre o Executivo e os deputados federais, parece que não tem dado muito certo.

Lula nomeou em julho o ministro Celso Sabino (União Brasil-PA) para comandar a pasta do Turismo. Em setembro, ele indicou os ministros Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) para a de Portos e Aeroportos e André Fufuca (PP-MA) para a de Esporte, após semanas de negociações com o centrão e suas lideranças.

Os ministros têm participado de compromissos no Congresso também com objetivo de promover suas respectivas pastas e iniciativas, além de tentar aumentar os orçamentos dos ministérios por meio do direcionamento de emendas parlamentares.

As 3 pastas não estão nem entre os 15 ministérios com maior orçamento da Esplanada, de um total de 38. Portos e Aeroportos tem R$ 4,9 bilhões, Esporte, R$ 1,3 bilhões, e Turismo, R$ 570 milhões.

Sabino esteve no Congresso Nacional ao menos 15 vezes desde que foi nomeado. Somente em setembro, ele participou de sessão solene na Câmara em homenagem à pasta, de audiências nas comissões de Turismo das duas Casas e de reuniões de seu partido e com parlamentares, além de ter circulado pelo plenário da Câmara durante votações —como a que aprovou o novo arcabouço fiscal.

O ministro do Turismo também participou de eventos organizados por frentes parlamentares, como um almoço na FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo) e evento de lançamento da Frente Parlamentar Mista da Hotelaria Brasileira.

Naquele momento, segundo relatos, ele indicou aos parlamentares que eles não enfrentariam dificuldades com a tramitação das emendas em sua pasta. A liberação dos recursos tem sido uma das principais queixas de deputados sobre a articulação política do governo federal desde o começo da gestão petista.

Em nota enviada à imprensa, a assessoria do ministro disse que ele pediu a licença para “honrar compromissos assumidos” com a população do Pará por meio de emendas que serão destinadas a áreas como saúde, educação e infraestrutura.

O ministro reassumiu o cargo na segunda (4). No mesmo dia, esteve no Senado. Ele se reuniu com o presidente em exercício da Casa, Rodrigo Cunha (Podemos-AL), para tratar da crise em Maceió, diante do risco de desabamento de uma das minas da Braskem na capital alagoana.

Sabino disse que a sua relação com o Congresso é “muito natural” para ele, já que está em seu segundo mandato e nos últimos anos se relacionou com diversos parlamentares. O ministro afirmou ainda que o fato de ele, Fufuca e Silvio Costa Filho integrarem partidos de centro é uma “vantagem”.

“Temos nossas ideologias, princípios e valores, mas estamos sempre abertos ao diálogo justamente por não estarmos em nenhum dos extremos. Essa é e sempre foi a essência do Parlamento. Tenho amigos e colegas que vão do PSOL ao PL. Por isso, em muitas ocasiões, sou chamado a fazer interlocução, mesmo como ministro”, diz ele.

Segundo a assessoria de imprensa do ministro, ele recebeu em seu gabinete 238 deputados e 15 senadores, de 16 partidos diferentes, desde que tomou posse.

 

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.