Publicado em 31/03/2025 às 14h32.

MPF arquiva inquérito sobre suposta importunação de Bolsonaro contra baleia no litoral paulista

No ocorrido, o ex-presidente, que passeava de jet ski, teria se aproximado do animal mais do que o permitido

Redação
Foto: Alan Santos/PR

 

O Ministério Público Federal (MPF) arquivou nesta segunda-feira (31) o inquérito que apurava se o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) importunou uma baleia jubarte quando passeava de jet ski no litoral paulista

Segundo matéria da Folha de São Paulo, a procuradora Maria Rezende Capucci, que assina o documento, detalha que a investigação deixou claro que Bolsonaro se aproximou do animal mais do que o permitido, mas que não foi demonstrada intenção de incomodá-lo.

“Esta intenção no caso em análise, ainda que possa ter existido, não foi suficientemente demonstrada pelos elementos colhidos na investigação a justificar o início da persecução penal”, afirmou.

Por conta disso, a procuradora determinou o arquivamento do caso, frequentemente utilizado por apoiadores do ex-presidente para reforçar seu argumento de perseguição política contra o mesmo.

“[As razões da linha de defesa] evidenciaram, a um só tempo, o absurdo daquela apuração e a mobilização da máquina estatal na direção de um episódio nitidamente sem qualquer repercussão jurídica, mas que, no entretanto, foi amplamente explorado pelo ambiente político”, disse no X o advogado de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno.

Bolsonaro publicou uma charge na rede social, ao repostar a declaração de seu advogado. Na imagem, há uma baleia em um tribunal, de terno.

Em fevereiro do ano passado, o ex-presidente prestou depoimento à Polícia Federal (PF) sobre o caso. À época, disse à Revista Oeste que avistou um grupo de embarcações, aproximou-se, viu a baleia a “15, 20 ou 30 metros” na sua frente, mas deixou seu jet ski em ponto morto e saiu do local. “Não tenho nenhum prazer em ver baleia por aí”, afirmou, dizendo esperar arquivamento do inquérito.

A investigação apurou possíveis crimes ambientais previstos em lei, sobre “molestamento intencional” de baleias. A ação foi aberta após circularem nas redes vídeos do jet ski com motor ligado se aproximando da jubarte.

Segundo a apuração do MPF, a moto-aquática de Bolsonaro teria ficado a 15 metros da baleia, como comprovado, segundo a procuradora Marília Soares Ferreira Iftim, por vídeos e fotos divulgados em redes sociais na época do ocorrido. O condutor pilotava o veículo a uma distância inadequada e ainda gravava com o celular, segundo o ministério.

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