Publicado em 27/01/2016 às 12h45.

‘Não é a pobreza que leva ao crime; é falta de carinho’, diz Rui

Governador criticou imprensa por divulgar ranking de ONG mexicana que colocou capital baiana como a 14ª cidade mais violenta do mundo

Rodrigo Aguiar
rui costa operacao carnaval chateado Foto Mateus PereiraGOVBA
Foto: Mateus Pereira/GOVBA

 

O governador Rui Costa (PT) voltou a criticar a imprensa, no lançamento da Operação Carnaval 2016, no Hotel Fiesta, em Salvador, por causa da divulgação do ranking da ONG mexicana Seguridad, Justicia y Paz, que colocou capital baiana como a 14ª mais violenta do mundo e outras duas cidades do estado no Top 50.

Embora sem números precisos e mesmo com o tradicional questionamento da Secretaria de Segurança Pública quanto à metodologia de pesquisas externas, o petista contestou a divulgação do estudo. “Os números reais já são duros, mas bastava revelar os números reais. Mas o que a gente vê é, às vezes, uma ONG, que nem do Brasil é, revelar números que são inverídicos e que são reproduzidos por jornais de circulação nacional, por blogs, por TVs, por rádios, sem ao menos checar, pegar o telefone e ligar para o governo, ou para a secretaria e perguntar se aquele número corresponde à verdade. Os números que foram divulgados esta semana sobre as cidades baianas são inverídicos, sem nenhuma base científica nem técnica”, contrapôs o chefe do Executivo baiano, sem os dados exatos em mãos para Salvador – “eram mais de 60 por 100 mil habitantes e passou para 46 ou 47” – mas com índices ditos precisos para o estado: “Trinta e oito mil para cada cem mil habitantes. Nos últimos cinco anos, tivemos uma redução expressiva e contínua”.

No discurso, ele ainda voltou a falar da sua experiência de infância pobre no bairro popular da Liberdade – onde, na campanha, revelou que pedia pelanca de carne em um açougue para pescar siri no manguezal da Cidade Baixa – e deu a sua opinião sobre o que leva os jovens a delinquir. “Eu não gosto da relação – e olha que eu sou de esquerda, politicamente – que se faz entre pobreza e crime. Não é a pobreza que leva ao crime. A exclusão, a falta de amor e carinho e a falta de esperança é que levam um jovem ao crime. Não é a pobreza. Se for pobre, mas tiver carinho, tiver afeto, tiver esperança e apoio de sua família, ele dificilmente se envolverá em atividade criminosa”, opinou o governador, ao arrancar aplausos da plateia de apoiadores presente.

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