Publicado em 17/12/2021 às 17h30.

‘Não terá morada na CMS’, diz vereadora sobre PL que proíbe exigência de vacinação

Proposta foi apresentada pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM), e estabelece multa de até R$ 100 mil para quem descumprir a norma

Eduardo Dias
Fotos: Reprodução Instagram / bahia.ba
Fotos: Reprodução Instagram / bahia.ba

 

Vereadores de oposição começaram a reagir ao Projeto de Lei apresentado na Câmara Municipal de Salvador (CMS) pelo vereador Alexandre Aleluia (DEM), no qual propõe a proibição da exigência de comprovante de vacinação em estabelecimentos privados, inclusive estabelecendo multa de até R$ 100 mil para quem descumprir a norma.

É o caso da vereadora Maria Marighella (PT), que disse em entrevista ao bahia.ba nesta sexta-feira (17) que a proposta do colega “não conseguirá ter morada na Casa” pois tende a “não ter apelo”.

“Eu não acho que esse projeto do vereador Alexandre Aleluia consiga ter morada na Casa. A Câmara de Vereadores, inclusive, fez uma campanha no início do ano pró-vacina, vereadoras e vereadores têm demonstrado apoio à vacinação e acho que esse projeto tende a não ter apelo. Não acho que só apenas a bancada de oposição, a Câmara enquanto instituição…nós já perdemos dois vereadores, a própria Casa é vítima do que foi e é a doença. Todos nós perdemos alguém, o estado, o Brasil… Eu não acredito que a Casa acolha esse PL”, afirmou a vereadora, destacando que inclusive o partido do colega, que é o mesmo do prefeito Bruno Reis, não defende as mesmas pautas que ele.

Na oportunidade, Marighella também criticou o comportamento do vereador na Casa. “Eu não vejo o partido do prefeito, que é o mesmo do vereador, se manifestar dessa forma. Tanto o prefeito, a secretaria municipal de saúde, a Sesab vêm, inclusive, criando consensos a esse respeito. Mesmo com diferenças políticas, com todas as contradições, esse último ciclo político houve um consenso sobre a pesquisa, a saúde e a vacinação, que é a única estratégica capaz de conter o vírus e nos tirar em definitivo dessa situação de pandemia. São comportamentos que tendem a desestabilizar, criar confusão. Usar palavras de maneira incorretas, no sentido de mobilizar a opinião pública, de desinstitucionalizar políticas. O que nós precisamos falar diariamente é que a vacinação é uma estratégica coletiva. No mais, isso é agitação, é jogar para a opinião pública”, completou.

Defensora da vacinação como melhor maneira de combater a pandemia, Marighella reafirmou que a iniciativa não deve ser uma estratégia ou decisão individual, mas sim coletiva.

“A vacinação é a melhor maneira da gente sair dessa, é uma estratégia coletiva. Não é uma estratégia ou decisão individual. Ela precisa de mobilização e convencimento. Nós somos absolutamente favoráveis as estratégias que os poderes públicos têm para poder mobilizar a população a ir se vacinar. Nós estamos sob efeito de um desgoverno que desestabiliza essa organização em torno da vacina. Isso é desde o início da pandemia”, finalizou.

Veja também: Vereador Suíca considera ‘extremamente absurda’ PL que proíbe exigir o passaporte da vacina

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