Publicado em 24/05/2020 às 08h30.

OAB questiona Bolsonaro sobre sistema próprio de informações, admitido em vídeo

De acordo com o presidente da entidade, usar função pública para interesses particulares fere princípios da impessoalidade e da moralidade

Redação
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

 

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, questionou ao presidente Jair Bolsonaro sobre o sistema próprio de informações ao qual ele se referia na reunião ministerial de 22 de abril. À TV Globo, o advogado sinalizou que usar a função pública para interesses particulares fere os princípios da impessoalidade e da moralidade.

“O presidente deve sérias explicações à nação sobre esse sistema paralelo de informações que diz possuir, que aparentemente tem sido usado para vazar investigações em curso sobre sua família e amigos”, declarou Santa Cruz.

De acordo com as imagens da reunião, divulgadas na última sexta-feira (22), Bolsonaro afirmou que seu sistema particular de informações funciona. Os oficiais, no entanto, promovem sua desinformação. O presidente não disse a que se referia.

Segundo informações do G1, logo após a divulgação do vídeo, Bolsonaro disse em entrevista no Palácio da Alvorada que descobriu uma “armação” contra ele por meio de amigos policiais civis e militares do Rio de Janeiro. Bolsonaro afirmou que havia a possibilidade de busca e apreensão nas casas dos seus filhos e que provas seriam plantadas.

Ele também não explicou o que descobriu, quando nem em quais circunstâncias essas informações foram repassadas.

“Sabiam do problema do governador [Wilson Witzel, do Rio de Janeiro], que queria minha cabeça a todo custo? Que o objetivo dele é ser presidente da República, né? E para isso tinha que destruir a mim e à minha família. O tempo todo vivendo sob tensão. Possibilidade de busca e apreensão na casa de filhos meus, onde provas seriam plantadas. Levantei, graças a Deus tenho amigos policiais civis e policiais militares no Rio de Janeiro, o que estava sendo armado para cima de mim. ‘Moro, eu não quero que me blinde, mas você tem a missão de não me deixar ser chantageado’. Nunca tive sucesso para nada”, admitiu Bolsonaro, na ocasião.

Moro respondeu à declaração no Twitter, afirmando que não cabe ao ministro da Justiça obstruir investigações da justiça estadual. Nem mesmo se envolver “supostos crimes” dos filhos do presidente.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.