Publicado em 01/07/2020 às 10h57.

Prefeitos no tiroteio entre a Covid e as eleições: vantagem entre tapas e beijos

No mais, o jogo é para quem tem bagagem pré-pandemia

Levi Vasconcelos
Imagem: O Globo/reprodução
Imagem: O Globo/reprodução

 

Pauta das rodinhas (virtuais) políticas: e quem perde ou ganha nas eleições com pandemia? Em princípio, os prefeitos – na Bahia, 345 dos 417 estão aptos para a reeleição – vislumbram um cenário de beleza: na briga contra a Covid, gastam dinheiro a rodo com o beneplácito do estado de calamidade, e de lambuja, fazem também aí a campanha eleitoral.

Quem se dá bem nas estatísticas colhe dividendos, óbvio. Vários a esta altura já ganharam muitos pontos, mas nem todos resultam nisso. A pandemia é para todos, e as oportunidades de gestão idem, mas alguns sofrem o bombardeio de denúncias de corrupção no embalo da Covid, o “rouba, mas faz”, outros pela ineficiência administrativa, o “nem rouba nem faz”.

Idosos

Na videoconferência reservada que os presidentes estaduais de associações de prefeitos fizeram anteontem com o presidente do TSE, Luís Barroso, nada do que se tratou lá foi dito, mas uma pergunta feita ao ministro escapou: hoje 1.040 prefeitos têm mais de 60 anos, e até as eleições serão 1.313. Não estariam eles, como idosos (vale para todos), por integrarem o grupo de risco maior na pandemia, em desvantagem?

O que se tratou não se sabe, mas o que se quer é que a lei eleitoral jogue duro com quem afrontar as regras do isolamento. Seria mais justo com os idosos, embora também empodere mais os prefeitos.

No mais, o jogo é para quem tem bagagem pré-pandemia.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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