Publicado em 01/06/2020 às 15h20.

Processo de impeachment estaria aberto, se não fosse isolamento, diz Otto

Em entrevista ao bahia.ba, senador baiano listou ações de Jair Bolsonaro que incorrem em crime de responsabilidade

Estela Marques
Foto: Agência Senado
Foto: Agência Senado

 

Negacionismo da pandemia, que já matou mais de 30 mil pessoas no Brasil; estímulo à quebra de medidas de distanciamento social com passeios de moto aquática e idas a churrasco; e admissão de que demitiu o diretor do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) por não beneficiar o empresário Luciano Hang são já configuram crimes de responsabilidade cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro. O processo de impeachment só não foi aberto ainda porque, de acordo com o senador Otto Alencar (PSD-BA), as sessões presenciais estão suspensas.

“Não há como fazer remotamente. É o tipo de matéria que tem quer presença física das pessoas. Quem vai depor, quem vai estar presente, análise de admissibilidade. Se não houvesse restrições, já estava em andamento”, afirmou.

Em entrevista ao bahia.ba nesta segunda-feira (1º), um dia após os atos antifascismo na Avenida Paulista encabeçado pelas torcidas organizadas de futebol, Otto criticou o “flerte” da família Bolsonaro com teses já rejeitadas. É o caso do fascismo italizano, do nazismo alemão e da Ku Klux Klan estadunidense.

O episódio mais recente foi da marcha dos “300”, na qual um grupo de mascarados segurando tochas acesas seguiu até o Supremo Tribunal Federal (STF). O senador baiano se referiu ao grupo como “30 gatos pingados” que foram “pagos pelo Gabinete do Ódio”, setor extra-oficial apontado como responsável pelas mensagens de fake news disseminadas contra opositores de Jair Bolsonaro.

“Todos ali ganham pra isso, ganharam por quilômetro andando, para levar tochas encapuzados e dizer ‘Viemos aqui para contestar o Supremo Tribunal’. Não há sociedade que possa suportar isso”, acrescentou.

O PSD, partido pelo qual Otto Alencar se elegeu e do qual é presidente estadual, compõe o centrão, junto com legendas como PP, PTB e Republicanos. O senador baiano afirma que, devido à aliança incentivada pelo PSD de Minas Gerais, o partido se dividiu. Foram contra a aproximação com Bolsonaro, além da Bahia, os diretórios do Amazonas, do Mato Grosso e do Paraná, por exemplo.

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