Publicado em 05/11/2015 às 17h24.

Metrô: Retirada de árvores na Avenida Paralela gera polêmica

Obras da construção do metrô, feitas pela empresa CCR Metrô, estão retirando áreas verdes para a passagem dos trilhos; deputado acionou MP-BA pedindo interdição momentânea

Hieros Vasconcelos

A construção do metrô de Salvador na Avenida Paralela tem rendido polêmica entre políticos, governo da Bahia e a Prefeitura de Salvador. O presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa (Alba), deputado Marcel Moraes (PV), denunciou, nesta quinta-feira (05), o desmatamento de árvores no canteiro da avenida e informou que vai acionar o Ministério Público da Bahia (MP-BA) pedindo a interdição momentânea da obra. Enquanto isso o prefeito da capital baiana, ACM Neto (DEM), se reuniu com a CCR metrô, responsável pelas obras, para saber se não há como evitar mais cortes e derrubadas da área verde.

O desmatamento e o aterramento de lagoas já tinha sido alvo de reclamações, mas a declaração do deputado trouxe à tona o caso, devido ao teor das denúncias. “Se há moralidade, qual a necessidade de esconder? É uma imoralidade, entrei com ação para que interdite momentaneamente a obra e faça levantamento de quantas árvores foram desmatadas, se havia vida nessa lagoa aterrada e qual a reparação ambiental a partir de agora”, declara Marcel.

A CCR já havia esclarecido, através de nota à imprensa, que os cortes tem autorização do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hidrícos (Inema), que também já havia se pronunciado em polêmica anterior informando o número da licença ambiental, que é 9008/2014.  Conforme a empresa, o projeto da linha 2 do metrô prevê a implantação da via metroviária em uma faixa de domínio de 16 metros largura no canteiro central. “Essa faixa terá, em ambos os lados, cercas vivas de vegetação, jardins e árvores. O traçado viário buscará a melhor adaptação à geografia existente, reduzindo os volumes de cortes e aterros do terreno para preservar ao máximo a topografia atual”, informa a nota da CCR.

Para o parlamentar estadual, o Inema é omisso em relação às ações de desastres ambientais ocorridos na Bahia nos últimos anos. “Veja a Baía de Todos os Santos, navios estão sendo lavados nos portos e o Inema pouco fiscaliza. O Instituto não é parâmetro de fiscalização nenhuma”, destaca.  O órgão, por sua vez, enviou nota à imprensa informando que haverá reparação. “A execução do Plano de Salvamento da Flora atrelado ao novo projeto paisagístico, possibilita espaços verdes que conferem forma aos ambientes urbanos e desempenham um papel importante para a manutenção da conservação ambiental, além de delimitar espaços, caracterizando paisagens, orientando visualmente e valorizando imóveis, além de integrar vários componentes do sistema. O impacto negativo da supressão da vegetação está sendo compensado, reforçando que para verificar a efetividade será feito o monitoramento da área recuperada, do andamento das atividades entre outras ações referentes ao projeto”, informa a nota enviada à imprensa.

Câmara Municipal – O vice-líder do governo na Câmara Municipal de Salvador, vereador Leo Prates (DEM), informou que pedirá ao colega Arnando Lessa (PT) que marque uma audiência pública para discutir o assunto. Lessa é presidente da Comissão de Planejamento Urbano e Meio Ambiente da Casa.

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