Publicado em 25/10/2016 às 19h00.

Serra: saída da Venezuela do Mercosul não teria impacto para o Brasil

Ministro diz, entretanto, que defende solução democrática para crise do país vizinho e que está "esperançoso" com a mobilização internacional no sentido de mediar os conflitos

Jaciara Santos
Fórum Comércio Exterior. Painel II - Saída do Isolamento: Caminhos para a Integração do Brasil à Economia Internacional. José Serra, ministro das Relações Exteriores. São Paulo(SP) 25-10-2016 -Foto: Miguel ÂngeloCNI
Serra: ‘Nada do que ocorre em um país da América do Sul deixa de afetar os outros’ (Foto: Miguel Ângelo / CNI)

 

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse nesta terça-feira (25) que a saída da Venezuela do Mercosul teria efeito nulo ao Brasil. Durante seminário sobre comércio exterior no centro de São Paulo, Serra afirmou que o país governado por Nicolás Maduro já não participa ativamente do bloco comercial, lembrando, entre os casos que comprovariam isso, de um acordo com a Colômbia envolvendo produtos siderúrgicos e têxteis que a Venezuela ainda não assinou por motivos que o ministro desconhece. “Nesse sentido, não faria diferença nenhuma”, respondeu o ministro, ao ser questionado sobre os efeitos da saída da Venezuela.

Mais tarde, em entrevista a jornalistas, o ministro defendeu, porém, uma solução democrática para a crise da Venezuela e disse estar “esperançoso” com as ações do Vaticano, do governo americano e de Cuba na tentativa de solucionar os conflitos no País vizinho. “Do contrário, com uma guerra civil por lá, vocês podem imaginar o prejuízo ao povo, que já está sofrendo muito”, assinalou Serra. “Temos fronteira com a Venezuela, a Colômbia tem uma fronteira imensa. Nada do que ocorre em um país da América do Sul deixa de afetar os outros.”

O ministro também fez comentários sobre as negociações visando ao livre-comércio entre Mercosul e União Europeia. Assim como disse mais cedo o titular da pasta de Indústria, Marcos Pereira, Serra considerou que dificilmente um acordo será alcançado no ano que vem. O maior entrave são as eleições na França e na Alemanha. “É melhor não se afobar para não dar errado, mas vamos continuar persistindo e mostrando que (o acordo) é vantajoso a ambos os lados”, disse Serra.

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