Publicado em 21/06/2025 às 20h30.

Servidores da Abin ameaçam greve e pedem afastamento de diretor indiciado pela PF

Categoria questiona permanência de Luiz Fernando Corrêa após relatório que aponta tentativa de obstrução de investigação

Redação
Foto: Pedro França/Agência Senado

 

Servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) ameaçam deflagrar uma greve caso o diretor-geral do órgão, Luiz Fernando Corrêa, não seja afastado do cargo. A mobilização foi convocada em nota pública divulgada na sexta-feira (20), com a realização de uma assembleia marcada para a próxima segunda-feira (23), onde o tema será debatido.

A principal reivindicação da categoria é a saída imediata de Corrêa, indiciado no relatório final da Polícia Federal (PF) que investigou a existência de uma estrutura de espionagem ilegal, apelidada de “Abin Paralela”, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

O documento aponta que o diretor participou de reuniões de cúpula, teve acesso a informações sigilosas e adotou medidas com o objetivo de obstruir a apuração da PF.

Na avaliação dos servidores, a permanência de Corrêa compromete a credibilidade e o funcionamento técnico da inteligência estatal. “A continuidade do atual diretor-geral coloca em risco a isenção e a integridade da Abin”, destacou a nota da categoria.

O caso ganhou repercussão após o relatório da PF revelar que o suposto esquema de espionagem ilegal monitorou cerca de 1,8 mil celulares, incluindo os de servidores públicos, ministros, jornalistas, artistas e deputados. O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) foi apontado como o “idealizador” da estrutura clandestina de vigilância.

Em resposta, a Abin informou que continua colaborando com as investigações conduzidas pela Polícia Federal.

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