Teori atende governo e quer avaliar investigação contra Lula
A decisão do ministro, no entanto, não trata da nomeação de Lula para a Casa Civil. Portanto, ele continua impedido de assumir o cargo

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki determinou nesta terça-feira (22) que o juiz Sergio Moro encaminhe todas as investigações que envolvem o ex-presidente Lula na Lava Jato para a Corte. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, o magistrado decretou ainda sigilo em interceptações telefônicas do petista que atingiram a presidente Dilma Rousseff. A decisão do ministro, no entanto, não trata da nomeação de Lula para a Casa Civil, portanto, ele continua impedido de assumir o cargo.
O despacho evita que Moro deflagre uma nova ação contra o ex-mandatário e possa até mesmo determinar sua prisão, como temiam integrantes do PT e do governo. Relator dos inquéritos sobre o esquema de corrupção da Petrobras no STF, Teori quer avaliar de quem é a competência para continuar as apurações que implicam Lula: se o caso ficará no Supremo ou se permanecerá na Justiça do Paraná.
Serão analisadas as ações da 24ª fase da Lava Jato, que tiveram o petista, pessoas próximas, empresas e imóveis como alvo, além de casos conexos. A decisão do ministro foi motivada porque pessoas com o chamado foro privilegiado, que só podem ser investigadas com aval do STF, foram alcançadas nas apurações da força-tarefa da Lava Jato, especialmente a presidente.
Com isso, a Corte deve mandar para a Procuradoria-Geral da República avaliar se há alguma ilegalidade nos diálogos de Dilma e Lula que justifiquem a abertura de uma investigação contra a petista. Em um dos grampos, a presidente foi flagrada avisando que mandaria o termo de posse para Lula assinar. Para investigadores, a fala pode indicar que Dilma tentou obstruir as investigações da Lava Jato ao garantir foro para Lula diante do receio de que Moro pedisse a prisão dele. O Planalto diz que o termo foi enviado em caso de Lula não poder comparecer à posse.
O despacho de Teori atendeu a um pedido de Dilma, representada pela Advocacia-Geral da União (AGU), ao argumentar que Moro colocou em risco a soberania nacional ao divulgar os grampos do petista e usurpou competência do tribunal. O ministro criticou duramente a publicidade dos áudios e rebateu o argumento do magistrado de que “é saudável o escrutínio público sobre a atuação da administração pública” e que a sociedade exige saber o que fazem os governantes “mesmo quando estes buscam agir protegidos pelas sombra”.
Para Teori, Moro deveria ter agido com cautela. “Não há como conceber, portanto, a divulgação pública das conversações do modo como se operou, especialmente daquelas que sequer têm relação com o objeto da investigação criminal. É descabida a invocação do interesse público da divulgação ou a condição de pessoas públicas dos interlocutores atingidos, como se essas autoridades, ou seus interlocutores, estivessem plenamente desprotegidas em sua intimidade e privacidade”, disse.
Segundo o ministro, o segredo das gravações se faz necessário para evitar o comprometimento da validade de provas colhidas e até de eventuais consequências no plano de responsabilidade civil, disciplinar ou criminal. “A esta altura, há de se reconhecer, são irreversíveis os efeitos práticos decorrentes da indevida divulgação das conversações telefônicas interceptadas”, afirmou o ministro. “Ainda assim, cabe deferir o pedido no sentido de sustar imediatamente os efeitos futuros que ainda possam dela decorrer e, com isso, evitar ou minimizar os potencialmente nefastos efeitos jurídicos da divulgação”, completou.
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