Publicado em 12/08/2025 às 17h18.

Vereadores do PSOL agradecem apoio da militância na Câmara

O grupo promoveu uma manifestação contra o processo de cassação dos parlamentares Hamilton Assis e Eliete Paraguassu

Neison Cerqueira / André Souza
Foto: Antonio Queirós/CMS

 

O vereador Hamilton Assis (PSOL) agradeceu o apoio recebido por militantes, que se manifestaram contra o processo de cassação dos parlamentares do PSOL na tarde desta terça-feira (12), em frente a Câmara Municipal de Salvador (CMS), na Praça Municipal, no Centro Histórico.

Ao bahia.ba, Hamilton lembrou sua luta enquanto integrante de coletivos sindicais. “É claro que eu faço parte de vários coletivos, faço parte dos movimentos sociais dessa cidade, movimento negro, movimento sindical. Fui dirigente sindical aqui também na casa, e é evidente que a vinda dessas pessoas aqui para estar solidariedade ao nosso mandato e fazer a nossa defesa é uma coisa que muito me orgulha”, disse o vereador.

E seguiu: “O que significa dizer que a gente continua no lado certo. Os trabalhadores reconhecem a nossa representação, de que nós somos reconhecidos e respeitados politicamente por isso, e que nós vamos honrar tudo isso e, de fato, agradecer todas as figuras que estiveram aqui”, completou.

O parlamentar agradeceu ao presidente estadual do PT-BA, Tássio Brito, a presidente do PT municipal, Ana Carolina, o deputado Hilton Coelho e o correligionário Kleber Rosa, além de vários companheiros das cidades de Simões Filho, Candeias, Camaçari, Dias D’ávila, Lauro de Freitas e de Poções.

Hamilton afirmou que o momento foi importante e lembrou a Revolta dos Búzios. “Então, eu achei que foi algo fantástico, eu saí muito emocionado desse ato principalmente porque ele acontece num dia muito simbólico, dia da Revolta dos Búzios, uma revolta que se o povo negro tivesse ganhado a gente talvez estivesse vivendo em uma outra cidade, porque o programa de defesa dos Búzios defendia liberdade, o fim da escravidão, defendia a igualdade para todos, aumento do salário dos servidores, a independência do Brasil da colônia portuguesa, e uma sociedade mais justa e igualitária para a gente viver”, disse o vereador.

O psolista citou uma das suas frases do movimento popular de 1978, que tinha como objetivos a independência do Brasil, a proclamação da república, o fim da escravidão e a igualdade social. “Animai-nos povo baianense, que um dia chegará o dia da sua libertação”, declarou Hamilton.

O parlamentar explicou o motivo da lembrança e garantiu que sua intenção enquanto legislador é municipal é continuar trabalhando. “Essa é uma expressão que a gente traz até hoje, que eu gostaria de continuar reproduzindo e que nós temos feito o nosso mandato, é exatamente a continuidade desse legado histórico que os revoltosos dos búzios tentou construir no passado e que nós, inspirados na nossa ancestralidade, tentamos reproduzir no presente. Viva zumbi, viva os revoltosos dos búzios, viva a luta, viva os lutadores. E não à criminalização daqueles que ousam lutar”, finalizou.

Eliete Paraguassu critica projeto de cassação

A vereadora Eliete Paraguassu (PSOL) criticou o projeto que visa cassar o mandato dela e de políticos do PSOL. Em entrevista ao bahia.ba, Praguassu firmou que a “CMS tem orquestrado na Casa uma perseguição política do mandato de Hamilton Assis”. “Porque a gente veio para cá, para essa casa, para representar o povo. A gente não veio fazer conchavo político, a gente não veio fazer negociação política, porque nossa dignidade não está à venda”, explicou Eliete.

“A gente tem cabeça erguida, a gente tem dignidade, e a dignidade da gente não está colocada para balcão de negociação, encontros decisivos, onde eles vão decidir que vai vender a cidade, ele vai decidir que vai devastar a floresta, vai decidir que vai destruir a Bahia de Todos os Santos”, completou a vereadora.

A parlamentar enalteceu o PSOL que, segundo ela, é um partido que não se dobra e não se vende. “O PSOL é um partido que representa, de fato, a categoria mais marginalizada dessa cidade, menos favorecida e que está nas favelas, nas periferias, passando fome e miséria. Mas, você vê pessoas que foram eleitas pelo povo e não defendem o povo, porque está aqui para servir os grandes empresários. Está aqui para serviço de dinheiro, de negociar a próxima eleição”, explicou.

Eliete emendou as críticas afirmando que seu partido não faz costura, não se vende, se dobra ou negocia acordos. “E aí você percebe a postura de alguns vereadores que está mesmo cooptado, porque tem uma decisão”, disse.

A vereadora alertou que vivencia certos ataques desde 2020 e justifica. “Eliete Paraguassu não negocia território, não negocia água, não negocia vida. E o que está colocado para essa Casa são essas figuras que se aliam aos empresários, que vai passar finais de semana na ilha deles e depois vem para aqui atacar aqueles que defendem a Bahia de Todos os Santos. É isso que está colocado”, declarou.

Paraguassu garantiu que foi eleita e luta diariamente pela cidade do Salvador. “A gente não está aqui por negociação política, a gente não está aqui para angariar dinheiro. A gente está aqui para defender a pauta, a pauta do nosso povo, e que é gritante, que é uma ausência nessa cidade, sobretudo, da população de periférica. Então é sobre isso que a gente está aqui lutando”, concluiu a parlamentar.

Neison Cerqueira

Jornalista. Apaixonado por futebol e política. Foi coordenador de conteúdo no site Radar da Bahia, repórter no portal Primeiro Segundo e colunista nos dois veículos. Atuou como repórter na Superintendência de Comunicação da Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas e atualmente é repórter de política no portal bahia.ba.

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