Vereadores repercutem semana sem sessões na Câmara de Salvador por falta de quórum
Esvaziamento do plenário levou ao cancelamento de três sessões consecutivas

Pelo terceiro dia consecutivo, a Câmara Municipal de Salvador (CMS) teve suas sessões canceladas por falta de quórum. O esvaziamento do plenário, protagonizado principalmente por vereadores da base governista, acendeu o debate sobre o ritmo de tramitação de projetos enviados pelo Executivo e a articulação política no Legislativo.
Em meio ao impasse, oposição e situação apresentaram versões diferentes para explicar as ausências. A líder da oposição, vereadora Aladilce (PCdoB), criticou a quantidade e a complexidade das propostas encaminhadas pelo Executivo. “Ficamos surpresos com a quantidade de projetos, muitos deles bastante complexos. Tratam de reforma administrativa, criação de órgãos, plano de saneamento, Sistema Municipal de Nutrição, entre outros temas relevantes”, disse.
Ela afirmou que irá propor o adiamento de parte dessas matérias para permitir mais tempo de análise. “Vamos fazer um apelo nessa reunião para que alguns desses projetos sejam adiados. Com certeza, vamos solicitar vistas novamente, porque não é possível deliberar sobre matérias tão densas sem o devido debate”, reforçou.
O vereador Cláudio Tinoco (União Brasil) rebateu as críticas e defendeu o uso do regime de urgência na tramitação. “Ninguém pode se queixar daquilo que é prerrogativo, regimental e constitucional. O pedido de urgência é natural, até mesmo para que as Casas Legislativas não eternizem a análise de projetos. O caráter de urgência permite tramitação em até 75 dias, tempo suficiente para discussão e votação”, afirmou.
Tinoco também negou que exista uma estratégia articulada de esvaziamento. Segundo ele, a sessão cancelada na terça-feira (7) foi resultado do acúmulo de reuniões de comissões. “Não há nenhuma intenção de reduzir atividades ou esvaziar o plenário. O que houve hoje foi um esforço concentrado das comissões — seis reunidas ao mesmo tempo — que terminou depois das 13h. Foi uma decisão produtiva, voltada à análise dos projetos”, disse.
O vereador Téo Senna (PSDB) atribuiu as ausências a compromissos paralelos dos parlamentares. “Olha, diversos compromissos dos vereadores tiveram que resolver, aí não teve como ir essa semana. Eu mesmo tive médico”, afirmou. Ele reconheceu, no entanto, o volume elevado de projetos enviados pelo Executivo. “Realmente, o prefeito mandou muitos projetos. Inicialmente foram 11, mas apareceram mais 4 ou 5. Mas esses projetos foram apresentados em agosto. Agosto que foi aprovado. Alguns precisaram retirar e voltaram de novo para casa. Isso é natural em qualquer lugar”, completou.
Apesar das negativas públicas, um vereador da base admitiu, em reserva, que há coordenação política para faltar às sessões. “Existe o governo e existe a oposição. Os vereadores de governo é que combinam. Os vereadores da oposição fazem questão, mesmo sem, ele não sabendo, eles fazem questão de estar presente, subir no plenário e tirar foto”, afirmou.
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