Publicado em 02/09/2022 às 10h08.

Agentes comunitários protestam na capital baiana: ‘Pague meu dinheiro, prefeito caloteiro!’

Em meio a impasse, a prefeitura entrou na Justiça para cobrar repasse do governo federal

Jamile Amine / Mattheus Miranda
Foto: Mattheus Miranda / bahia.ba
Foto: Mattheus Miranda / bahia.ba

 

Diante do impasse entre a prefeitura de Salvador e a categoria, que reivindica reajuste salarial, agentes comunitários de saúde e de endemias realizam um protesto na manhã desta sexta-feira (2), em Nova Sussuarana, onde o prefeito Bruno Reis (União Brasil) entrega a obra de uma Unidade de Saúde da Família (USF).

“Pague meu dinheiro, prefeito caloteiro!”, grita o grupo, que porta cartazes nos quais pede o cumprimento da Emenda Constitucional 120, que trata da política remuneratória e da valorização da classe.

“Nós estamos aqui pra pedir ao prefeito que cumpra a EC 120, que contempla o salário base dos agentes comunitários de saúde e agentes de endemias de Salvador e de todo Brasil”, disse ao bahia.ba uma integrante da manifestação que não quis se identificar.

 

Foto: Mattheus Miranda / bahia.ba
Foto: Mattheus Miranda / bahia.ba

 

“Estamos tendo um impasse com o prefeito em relação a esse pagamento. A proposta que o prefeito nos apresentou não foi aceita pela categoria. Em assembleia ela foi rejeitada e rasgada”, acrescentou a servidora. A oferta do município à classe foi um aumento de 74%, com remuneração de R$ 3.393.

Nesta sexta (2), antes do protesto, a prefeitura divulgou uma nota na qual informa ter acionado a Justiça para cobrar do governo federal o repasse referente ao pagamento do salário de todos os 3.437 agentes comunitários de saúde e de combate às endemias da cidade. Segundo a administração municipal, a União estaria destinando R$ 88 milhões a Salvador para o pagamento da categoria, quando o valor deveria ser R$ 108 milhões para contemplar a totalidade dos profissionais.

A EC 120 estabelece um piso salarial nacional de dois salários mínimos (equivalente hoje a R$ 2.424) para toda a categoria e um adicional de insalubridade e aposentadoria especial, devido aos riscos inerentes às funções. Conforme o texto sancionado, cabe à União repassar aos estados e municípios a verba para o pagamento dos salários e demais vantagens e gratificações para a categoria.

 

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