Publicado em 07/12/2015 às 12h50.

Agentes de saúde não têm larvicida para combater Aedes aegypti

Prefeitura de Salvador nega falta do produto diz que estoque do produto está normalizada

Rebeca Bastos
 Foto: Agência Brasil
Foto: Agência Brasil

Dengue,  chikungunya e Zika vírus são as três doenças transmitidas atualmente pelo mosquito Aedes aegypti. No entanto, os agentes de endemias da cidade têm ido a campo sem larvicida, produto que ajuda no combate e desenvolvimento das larvas. A revelação foi feita ao bahia.ba pelo profissional da prefeitura de Salvador, Rogério Dantas.

“Nós estamos indo às casas das pessoas fazer unicamente um trabalho educativo. Há meses que não temos larvicida, o único produto capaz de evitar que os ovos do mosquito se transformem em larvas. A situação deveria ter sido regularizada em setembro, mas a prefeitura alega que os trâmites burocráticos atrasam o processo”, disse.  O tempo de ação do produto é de cerca de 45 dias. Após o período, o agente precisa voltar às casas e fazer novamente o tratamento.

Dantas, que também faz parte do Sindicato dos Servidores do Município (Sindseps), diz que o problema não é o único, já que a categoria ainda aguarda uma portaria do governo federal para regularizar o valor do pagamento dos salários. Na capital baiana, há 2,4 mil agentes, mas a União só ajuda no custeio de 1.020. “Recebemos apenas um salário mínimo, mas o nosso piso nacional é de R$ 1,014.”.

A assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde nega que os agentes da cidade não dispõem no produto. De acordo com o órgão, o estoque do larvicida passou por uma fase crítica, mas o Ministério da Saúde regularizou o repasse no mês passado.

Microcefalia preocupa – Em 2015, Salvador registrou seis mortes de crianças que nasceram com microcefalia e 112 casos suspeitos. Os prognósticos são de que, no próximo ano, os índices devem aumentar, uma vez que o verão da cidade, com chuvas e altas temperaturas, oferece as condições ideais para a proliferação do mosquito. Evitar o contato com o inseto é a única forma de se proteger contra as doenças que ele transmite.

A prefeitura tem realizado uma busca ativa por mulheres grávidas que podem não ter iniciado a consulta pré-natal. Os médicos já foram orientados a, obrigatoriamente, investigar se a paciente teve coceiras, vermelhidão na pele ou algum sintoma atribuído às arboviroses — dengue, Zika vírus e febre chikungunya. A partir do dia 14 começa a funcionar o call center criado exclusivamente para atender e responder às dúvidas de grávidas quanto aos sintomas da doença e qual o atendimento previsto na rede municipal de saúde.

O governo do Estado vai abrir, no próximo dia 10, um Centro de Operações de Emergências em Saúde, que vai atender às necessidades de produção e atualização de informações sobre o quadro epidemiológico baiano e estabelecimento das medidas de vigilância, controle e atenção.

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