Publicado em 02/06/2020 às 15h06.

Baiana aprovada em 6 universidades estrangeiras faz vaquinha para mestrado na Suiça

Ex-moradora de Cajazeiras, Ana Carla Carlos, 30, quer estudar políticas públicas em instituição renomada da Europa

Redação
Foto: Arquivo Pessoal
Foto: Arquivo Pessoal

 

A soteropolitana Ana Carla Carlos está prestes a arrumar as malas e partir para mais um desafio em sua vida. Aos 30 anos, a especialista em gestão de projetos foi aprovada em cursos de mestrado de seis instituições estrangeiras que figuram entre as mais concorridas do mundo.

São universidades como a de Chicago (EUA), Roterdã (Holanda), Nações Unidas (Holanda), Brandeis (EUA) e Centro-Europeia (Hungria/Áustria).

Sua primeira opção, no entanto, é o Instituto Universitário de Altos Estudos Internacionais e Desenvolvimento (IHEID), na Suíça, onde pretende se dedicar aos chamados Estudos de Desenvolvimento, na área de políticas públicas.

“Escolhi como primeira opção o IHEID, pois possui um programa excelente e é o que está mais alinhado com os meus objetivos profissionais, oferecendo um ambiente multicultural de intenso compartilhamento de experiências, oportunidades de networking, linhas de pesquisa e muitas atividades realizadas em parceria com as Nações Unidas”, conta Ana Carla, que morou toda a infância em Cajazeiras, bairro mais populoso da capital baiana, e parte da adolescência em Mussurunga.

Mas representar a Bahia e o Brasil em uma das melhores universidades do mundo, porém, não está dentro das condições financeiras da baiana.

Para conseguir pagar os altos custos com moradia, alimentação, saúde e transporte durante todo o período de estudos fora do país, Ana Clara lançou uma vaquinha virtual aberta a quem desejar ajudá-la.

A doação pode ser feita por meio da plataforma Catarse.

Será aceito qualquer valor acima de R$ 20. Os doadores receberão recompensas, a depender da quantia doada.

Quem quiser doar valores abaixo de R$ 20 tem a opção de fazê-lo diretamente em conta bancária. Outras formas de contribuir é participar de um bazar de livros e de um brechó, com produtos entre R$ 5 e R$ 40.

Todos os valores recebidos serão atualizados manualmente no Catarse.

Dados bancários e informações sobre as formas alternativas para doação também podem ser conferidas também em um perfil no Instagram.

Ana Carla diz assumir o compromisso de, após o curso, retribuir todo o valor recebido em doações para outros estudantes com trajetória de excelência, para que também tenham oportunidade de estudar em universidades de ponta. “Eu acredito muito no poder da corrente do bem e acredito que é minha responsabilidade retransmitir esse apoio a outras pessoas, multiplicando ações positivas na sociedade”, projeta.

De Cajazeiras para o mundo

Mesmo tendo uma vida simples em Cajazeiras, Ana Carla conseguiu estudar em colégios tradicionais por muito esforço da mãe, que, diferentemente da filha, só pôde completar o ensino aos 32 anos.

Segundo a jovem, a diferença de realidade entre os colegas da escola  seus vizinhos despertou-lhe o interesse por políticas públicas.

Na faculdade, ela cursou Relações Internacionais e, com muito esforço e desafios, fez intercâmbios na Argentina e no Canadá. Trabalhou na Prefeitura de Salvador, em uma empresa privada, e de 2015 a 2019 foi consultora do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na capital baiana. Também especializou-se em Gestão de Projetos na Fundação Getulio Vargas (FGV) e desenvolveu estratégias para aperfeiçoar políticas públicas para infância e adolescência em nível municipal.

Mesmo com toda essas experiências acumuladas, Ana Carla diz perceber que ainda lhe falta conhecimento mais profundo sobre estudos de desenvolvimento e políticas públicas, para que ela possa multiplicar o seu impacto na sociedade.

Concluído o mestrado, o objetivo da baiana é voltar ao Brasil e aplicar todo o seu conhecimento.

“A partir do mestrado, eu quero desenvolver as minhas próprias reflexões e estratégias para gerar ainda mais impacto na minha comunidade. Desde nova, eu tenho a certeza de que o meu propósito é mudar a vida das pessoas, especialmente aquelas mais vulneráveis, e contribuir para reduzir desigualdades em todos os sentidos, garantindo que outras pessoas também tenham as oportunidades que eu tive”, descreve.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.