Publicado em 07/11/2015 às 10h16.

Cine Jandaia será desapropriado pelo governo

Medida foi tomada pelo Governador do Estado visando a revitalização do espaço

Redação

O prédio onde onde funcionou, por décadas, o Cineteatro Jandaia, localizado na avenida J.J. Seabra (Baixa dos Sapateiros), no Centro Antigo de Salvador será desapropriado pelo governo do estado. A decisão foi tomada pelo Governador da Bahia, Rui Costa, que determinou ao Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (Ipac), na última sexta-feira (6), a realização de ações emergenciais destinadas a impedir o desmoronamento do imóvel, tombado pelo órgão estadual em 2011

Técnicos do Ipac irão fazer a operação de retirada dos escombros que estão na área interna do prédio e garantir a proteção da composição arquitetônica do local além de realizar o escoramento do edifício.

Em comunicado oficial, o governador ressaltou a importância dos equipamentos públicos de cultura para o patrimônio baiano “A Bahia precisa de equipamentos culturais que aproximem a população da arte, por isso não podemos deixar um ícone para a nossa cultura, como foi o Cine Jandaia, ser destruído. Nosso objetivo é que o novo centro seja voltado para a promoção de artistas locais”.

Segundo o governo, um decreto será publicado no Diário Oficial do Estado determinando a desapropriação do imóvel que foi abandonado pelo proprietário. O Ipac garantiu a elaboração de um projeto de uso para o espaço: “A proposta se adequará ao perfil do edifício e vai garantir a preservação do patrimônio histórico”, informa João Carlos Cruz de Oliveira, diretor-geral do IPAC, em nota. O imóvel foi declarado como bem de utilidade pública em 2014, o que garante que o imóvel seja utilizado apenas para fins de interesse coletivo.

O Jandaia representou um ícone da cultura nacional a partir da década de 1930, quando abrigou em seus 1.200 metros quadrados espetáculos com os mais renomados artistas brasileiros ao longo das décadas de 1930 a 1960. Considerado um dos espaços artísticos e culturais mais importantes do País, o espaço cultural exibiu, em sua fase áurea, espetáculos de música lírica, peças de companhias nacionais e internacionais além de lançamentos de filmes clássicos. Reuniu artistas do porte de Carmem Miranda, Pablo Neruda, Raul Roulien, do pianista Guimar Novaes, Procópio Ferreira, Zoraide Aranha e Bidu Saião, Vicente Celestino e Lamartine Babo, dentre muitos outros.

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