Publicado em 01/12/2023 às 12h18. Atualizado em 01/12/2023 às 19h31.

Como bandidos usam Uber para sequestrar vítimas; casos recentes acendem alerta na capital

Um deles fez pelo menos cinco vítimas e causou um prejuízo de R$ 50 mil; Uber se posiciona sobre o assunto

Redação
Foto: Divulgação

 

Casos recentes de sequestros praticados por criminosos que se passam por motoristas de aplicativo chamaram atenção em Salvador. Num intervalo de dez dias, dois homens foram presos suspeitos de roubar passageiros, principalmente mulheres.

Um deles fez pelo menos cinco vítimas e causou um prejuízo de R$ 50 mil. Em uma das investidas, uma mulher precisou pular do carro em movimento para evitar um estupro por parte do condutor. A Polícia Civil investiga os crimes.

Apesar das tantas ferramentas de segurança, os bandidos se aproveitam das plataformas para abordar vítimas.

Em entrevista ao portal UOL, a delegada Maritta Souza, que investiga um dos casos, deu detalhes de como eles agem.

De acordo com ela, o criminoso cancela a viagem assim que a vítima entra no carro, mostra a arma e anuncia o assalto ou sequestro. Em seguida, explica a delegada, as obriga a fazer transferências bancárias, sob ameaças de morte e de estupro. Depois, o criminoso deixa a vítima em uma via qualquer, sem pertences e incomunicável.

“Há duas situações: quando o bandido rouba o celular do motorista e se passa por ele – mas isso é por poucos minutos – e, a mais comum, criminosos que compram contas falsas. Você acha facilmente para comprar no Facebook. Eles utilizam esse tipo de conta porque não registram seus dados reais. Uma empresa de tecnologia permitir que algo desse tipo aconteça é o fim dos tempos, mas acontece”, afirma Maritta.

Cássio Thyone, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, disse ao UOL que esse tipo de crime se tornou muito comum porque empresas como a Uber ampliaram o acesso à profissão de motorista profissional. Hoje, existem mais motoristas de aplicativo do que de táxi durante o auge do serviço. Para Thyone, boa parte desses sequestros e assaltos acontece com apoio de outro crime, como o uso de documentos falsos para se cadastrar na plataforma.

É possível se precaver, diz especialista

Apesar dos riscos, o especialista em segurança pública explicou à publicação que existem formas de reduzir o risco. E diz que o primeiro passo é conhecer bem a plataforma que estiver utilizando e orientar os usuários idosos ou adolescentes sobre as ferramentas existentes.

“É importante escolher motoristas mais bem avaliados e sempre conferir se a pessoa que se apresenta é a da foto. Depois, é preciso saber usar todas as ferramentas disponíveis, como compartilhamento de corrida com um familiar, gravar o áudio da viagem e o famoso botão do pânico, que aciona a polícia”, orienta.

Uber se posiciona

Confira a nota na íntegra:

A Uber afirma que considera inaceitável e repudia qualquer ato de violência e defende que as mulheres têm o direito de ir e vir da maneira que quiserem e têm o direito de fazer isso em um ambiente seguro.  A empresa acredita na importância de combater, coibir e denunciar casos dessa natureza e encoraja que as mulheres denunciem qualquer incidente tanto pelo aplicativo quanto às autoridades competentes.

A Uber permanece sempre à disposição para colaborar com as investigações, na forma da lei. Segurança é uma prioridade para a Uber e inúmeras ferramentas atuam antes, durante e depois das viagens para torná-las mais tranquilas, como, por exemplo, o recurso U-Elas, que permite que mulheres motoristas parceiras tenham a opção de receber somente chamadas de usuárias mulheres.

No entanto, a Uber entende que a violência de gênero é um problema social complexo e sistêmico que demanda ação conjunta de toda a sociedade. Por isso, a empresa possui, desde 2018, um compromisso público de enfrentamento à violência contra a mulher, que se materializa em uma série de parcerias com especialistas e autoridades no assunto para colaborar na construção de projetos e iniciativas para enfrentar essa realidade no aplicativo e na sociedade como um todo.

Como parte desse compromisso, a Uber também realizou ao longo dos anos diversas iniciativas voltadas à produção e distribuição de conteúdo para conscientização de motoristas parceiros, como por exemplo uma campanha educativa em parceria com o MeToo Brasil e que também contou com a consultoria da Sandra Vale da Potência Diversa, com vídeos para motoristas e usuários da plataforma.

Antes disso, também pensando no público masculino, a empresa já tinha desenvolvido o Podcast de Respeito em parceria com o Instituto Promundo. Além disso, também em parceria com o MeToo, a Uber possui um canal de suporte psicológico voltado para usuárias(os) e motoristas parceiras(os).

Ao longo de 2023 a Uber realizou uma série de iniciativas que buscam gerar sensibilização sobre essa realidade, apoiar quem precisa de ajuda e fortalecer organizações especializadas no tema e que estão na linha de frente dessa causa há muito tempo.

A Uber apoiou a realização de mais uma edição da pesquisa do Instituto Patrícia Galvão sobre segurança das mulheres na mobilidade, que trouxe dados não surpreendentes diante do nosso contexto, mas igualmente alarmantes, como o fato de que 9 em cada 10 mulheres afirmam que a segurança é sua principal preocupação enquanto se deslocam pela cidade, 97% sentem medo de serem vítimas de algum crime e 74% já passou por alguma situação de violência enquanto se deslocava pela cidade.

Realizou doação de viagens para vítimas de violência se deslocarem gratuitamente para as Delegacias da Mulher no Distrito Federal. Assinou o compromisso #BrasilSemMisoginia, liderado pelo Ministério das Mulheres com o propósito de mobilizar todos os setores em prol de uma sociedade com menos ódio e discriminação contra mulheres.

Apoiou mais uma atualização da plataforma EVA, do Instituto Igarapé, que reúne dados sobre violência de gênero em todos os estados brasileiros, além de México e Colômbia. O 17º Encontro Anual do Fórum Brasileiro de Segurança Pública foi patrocinado pela Uber pelo sexto ano seguido. Além de participar na cerimônia de abertura, a empresa esteve em duas mesas de discussão: “Colaboração entre empresas e autoridades policiais por meio da tecnologia” e “O crescimento da violência de gênero no Brasil: desafios e soluções”, que contou com a participação de mulheres incríveis, como a secretária de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher, do Ministério das Mulheres, Denise Motta Dau, Samira Bueno, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Beatriz Accioly Lins, do Instituto Avon, Tenente Coronela Denice Santiago, da Secretaria da Segurança Pública da Bahia, e Daniela Santos, delegada geral adjunta da Polícia Civil do Pará.

A Uber apoiou pela segunda edição consecutiva, a pesquisa “Visível e Invisível: a Vitimização de Mulheres no Brasil” , realizada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O levantamento traz dados inéditos sobre diferentes formas de violência física, sexual e psicológica sofridas pelas brasileiras no ano passado.

Em comparação com as pesquisas anteriores, todas as formas de violência contra a mulher apresentaram crescimento acentuado em 2022. Segundo o levantamento, 28,9% das brasileiras sofreram algum tipo de violência de gênero em 2022, a maior prevalência já verificada na série histórica, 4,5 pontos percentuais acima do resultado da última pesquisa. Os dados permitem estimar que cerca de 18,6 milhões de mulheres brasileiras foram vitimizadas no período, o equivalente a um estádio de futebol com capacidade para 50 mil pessoas lotado todos os dias. Em média, as mulheres que foram vítimas de violência relataram ter sofrido 4 agressões ao longo do ano, mas entre as divorciadas a média foi de 9 vezes.

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