Dar voz às vítimas de estupro é prioridade de entidades
Audiência pública debateu a importância de dar visibilidade ao grave problema e acolhimento psicológico às mulheres vítimas de violência na Bahia
Uma longa lista de problemas e caminhos a percorrer para garantir a vida e o bem-estar das mulheres na Bahia, incluindo a visibilidade aos casos e acolhimento psicológico. Essa foi uma das conclusões e reflexões que foram debatidas na manhã desta segunda (14), na audiência pública “O Silêncio das Inocentes: um Debate sobre Estupros na Bahia”, promovida pelo Ministério Público Estadual (MP-Ba), em parceria com o jornal Correio, na sede do órgão, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador.
No debate, a promotora de Justiça e coordenadora do Grupo de Atuação Especial em Defesa da Mulher (Gedem) do MP, Márcia Teixeira, citou a importância da parceria de órgãos públicos, entidades e sociedade civil com os meios de comunicação para dar a visibilidade ao grave problema, especialmente neste momento no país, quando um projeto de lei do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ) prevê uma série de dificuldades para mulheres vítimas de estupro serem submetidas legalmente a um aborto. “Precisamos de mais parcerias como estas, principalmente para dar voz às vítimas do estupro”, disse. A secretária de Políticas para as Mulheres do Governo do Estado, Olivia Santana, também apontou a importância dos meios de comunicação na denúncia destes atos. “É preciso dar voz às vítimas para que as violências não ocorram de maneira impune”, disse.
O delegado Adailton Adan destacou os entraves do Estado para a execução do orçamento no enfrentamento à violência contra as mulheres. “Diante disso, nós acreditamos que para corroborar com o desfecho da polícia, precisamos ter um conjunto probatório técnico e específico para atender às necessidade dentro de um inquérito policial juntamente com as vítimas”, destacou o titular da 1ª Delegacia (Barris)
Vergonha – Dar voz e auxílio às vítimas é uma das principais preocupações e demandas que as instâncias que atuam no combate à violência com a mulher trabalham diariamente, seja no âmbito institucional, social e comunicacional. “A vergonha que a mulheres sentem ao contar sua história é uma sensação que se constrói antes mesmo de chegar à delegacia. Elas têm vergonha por uma série de circunstâncias, nas quais elas não conseguem ultrapassar esse umbral e com isso deixam de fazer o registro policial”, ressaltou a coordenadora do Serviço Viver, Dayse Dantas, que completa dizendo que apenas 10% dos registros de fato são executados, isto é, chegam às vias de julgamento.
Após o registro da agressão, as mulheres violentadas ainda precisam superar um segundo momento: o tratamento no Instituto Médico Legal (IML). Para lidar com essa situação, Dayse Dantas diz que as vítimas contam, dentro do IML, com a Sala Lilás, espaço destinado ao atendimento às mulheres vítimas de violência. “Essas mulheres chegam com muitos machucados físicos e emocionais. Muitas vezes essas mulheres reclamam muito do atendimento feito no Instituto e acabam desistindo de continuar com a denúncia, por isso a Sala foi criada para dar esse apoio no processo”, explicou.
O atendimento às mulheres vítimas de violência é muito importante para conseguir a condenação dos agressores e para o recolhimento de provas contra o agressor.”A mesma mentalidade que relativiza o assédio é a mesma que relativiza o estupro”, decretou a gerente de comunicação da campanha Chega de Fiu Fiu, Luise Bello.
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