Publicado em 29/02/2016 às 09h00.

Vítima de tortura em Itinga teme pela segurança da família

O serralheiro Moisés Silva Gonçalves foi torturado e agredido por policiais militares na capital baiana, na última quarta-feira

Redação
Foto ilustrativa: Manu Dias/AGECOM
Foto ilustrativa: Manu Dias/AGECOM

 

O serralheiro Moisés Silva Gonçalves relata, na manhã desta segunda-feira (29), à Superintendência de Apoio e Defesa dos Direitos Humanos, o que viveu na última quarta-feira (24), quando foi torturado e agredido por policiais militares na capital baiana. Ele será recebido pela superintendente Anhamona Brito e por ativistas do movimento negro que dão suporte jurídico à vítima.

O jovem de 18 anos foi abordado por dois policiais militares não fardados no condomínio Quinta da Glória, no bairro de Itinga, por volta das 15h, colocado no porta-malas de um carro e levado para um matagal, onde foi espancado e torturado. Ao jornal A Tarde, o jovem que tem uma filha, Ana Clara, de um ano e 12 dias, contou detalhes dos momentos de terror. “Queriam informação sobre tráfico, jogaram álcool na minha cabeça, fizeram perguntas, mas não sou envolvido, sou trabalhador”, contou.

Parte da agressão foi registrada em vídeo por um vizinho do rapaz, usando um celular. Na filmagem, foi possível identificar a placa do veículo na delegacia, o que levou à liberação do jovem. Moisés teme contra a segurança de sua família. Ele tem esposa, Ana Paula, 16 anos, e uma filha.

Em comunicado, a assessoria da Polícia Militar informou que os PMs procuravam o traficante Marcelo Santana de Jesus, conhecido como Marmelo. “Ao chegarem ao local, os militares não encontraram o acusado. Em seguida, receberam uma denúncia anônima de que no mesmo prédio estava escondido um homem conhecido como Tchuk, acusado de cometer um homicídio no bairro da Ribeira”, diz a nota.

Porém, Moisés não tem mandado de prisão em aberto e nem passagem pela polícia.

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