Publicado em 21/04/2025 às 18h40.

Hipertensão segue como maior causa de morte materna no Brasil, revela estudo

Pesquisa identificou 3.721 mortes causadas por hipertensão entre quase 21 mil óbitos maternos registrados no país; veja números

Redação
Foto: Reprodução/Pixabay

 

Apesar de ser uma condição evitável, a hipertensão continua como a principal causa de morte materna no Brasil, conforme aponta um estudo da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) com base em dados coletados entre 2012 e 2023. A pesquisa identificou 3.721 mortes causadas por hipertensão entre quase 21 mil óbitos maternos registrados no período.

A taxa média foi de 11,01 mortes a cada 100 mil nascimentos, com pico em 2022 e leve queda em 2023, reflexo do impacto da pandemia na assistência obstétrica. O estudo também revela que mulheres pretas, pardas e indígenas têm mais chances de morrer em decorrência da doença do que mulheres brancas — não por fatores biológicos, mas por desigualdades sociais e racismo estrutural no sistema de saúde.

Entre os fatores de risco está o início tardio do pré-natal, que, segundo o levantamento, ocorre em média apenas na 16ª semana de gestação, especialmente em regiões distantes de grandes centros urbanos. O atraso compromete o diagnóstico e o tratamento precoce da hipertensão, o que aumenta o risco de complicações graves.

De acordo com os pesquisadores, medicações simples e de baixo custo, como carbonato de cálcio e ácido acetilsalicílico, podem reduzir em até 40% o risco de complicações se administradas antes da 16ª semana. Apesar de serem recomendadas pelo Ministério da Saúde, ainda há falhas no fornecimento dos remédios e na capacitação dos profissionais de saúde.

Outro alerta do estudo é que parte das mortes por hemorragia pode ter origem em quadros hipertensivos, o que ampliaria ainda mais o impacto da doença na mortalidade materna. Mulheres com mais de 40 anos também estão entre os grupos mais vulneráveis, exigindo atenção especial durante a gestação.

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