OMS autoriza compra de vacinas Mpox sem a necessidade de aprovação prêvia

Organizações de saúde como a Aliança Mundial para Vacinas e Imunização (Gavi) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) foram autorizadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta sexta-feira (22) a começar a compra de vacinas Mpox, sem a necessidade de aguardar a aprovação da agência de saúde da ONU, como é de procedimento padrão.

Segundo matéria da Folha de São Paulo, a medida da OMS é uma tentativa de levar as vacinações para a África mais rapidamente, enquanto o continente enfrenta um surto crescente do vírus. Tradicionalmente, organizações como a Gavi, que ajuda os países de baixa renda a comprar vacinas, só podem começar a adquirir as doses uma vez que tenham a aprovação da OMS. Entretanto, o órgão decidiu por flexibilizar as regras neste caso, já que uma aprovação da OMS está prevista apenas para daqui a algumas semanas, quando uma licença de emergência deve ser expedida pela agência.

Duas vacinas, fabricadas pela Bavarian Nordic da Dinamarca e pela KM Biologics do Japão, já foram aprovadas por reguladores ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos e o Japão, e estão em uso generalizado para a Mpox desde 2022. Cerca de 1,2 milhão de pessoas já receberam a vacina da Bavarian Nordic nos Estados Unidos. No início deste mês, a OMS pediu aos fabricantes de vacinas que enviassem informações para acelerar seu processo de aprovação.

Entretanto, um dos fabricantes de vacinas, a Bavarian Nordic, afirmou que para produzir mais doses ainda este ano precisaria de pedidos imediatos de organizações como a Gavi e a OMS, o que alimentou o temor de que países de baixa renda possam ficar sem ou serem obrigados a depender mais uma vez de doações precárias de países de alta renda, situação semelhante a ocorrida durante a pandemia de Covid-19.

A Mpox é uma infecção viral que se espalha por contato próximo, geralmente leve, mas pode ser fatal. Na última semana, a OMS declarou Mpox uma emergência de saúde pública de preocupação internacional, depois que uma nova variante do vírus se espalhou rapidamente na República Democrática do Congo.