Publicado em 17/11/2021 às 11h52.

Tuberculose pode ser transmitida pela respiração, explica especialista

Saiba como identificar sintomas e realizar o tratamento

Mattheus Miranda

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O Dia Nacional de Combate à Tuberculose é celebrado no dia 17 de novembro. Comemoração tem como objetivo alertar para a doença, que é transmissível e afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas.

No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a doença é um sério problema de saúde pública, com profundas raízes sociais. A cada ano, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose.

Em contato com o bahia.ba, a pneumologista Dra. Larissa Voss alertou sobre a tosse ser um dos principais sinais da doença, que apresenta sintomas muito parecidos com a pneumonia.

“A tuberculose acontece por uma única bactéria, a Mycobacterium tuberculosis, também conhecida como bacilo de Koch, sendo altamente contagiosa, propagada de forma aérea. A contaminação ocorre a partir da inalação de aerossóis oriundos das vias aéreas, durante a fala, espirro ou tosse de pessoas com a doença ativa, que lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos”, disse.

Ainda de acordo com a especialista, por ser uma doença de transmissão aérea, a ventilação adequada de ambientes é necessária para controlar a transmissão da bactéria. “Além disso, quando for tossir ou espirrar, a pessoa infectada precisa colocar a mão ou o antebraço na boca pra evitar a disseminação dessas gotículas”, acrescentou.

Diagnóstico

A baciloscopia direta do escarro é o método principal de diagnóstico da doença. Ela é também essencial para o controle de tratamento da tuberculose pulmonar por permitir a descoberta das fontes de infecção.

“O diagnóstico também pode ser feito através de teste rápido molecular para tuberculose, cultura para micobactéria, e de forma complementar, por imagem, por meio da radiografia do tórax”, aponta a especialista.

No entanto, Dra. Larissa explica que a identificação da doença se torna mais difícil principalmente em pacientes diabéticos, com insuficiência renal crônica, idosos, pessoas com problemas hepáticos ou portadores do vírus HIV, pois podem apresentar quadros atípicos, tornando mais difícil o diagnóstico.

“Em alguns casos, o diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a tuberculose por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas o resultado de outros exames complementares, como de imagem e histológicos”, explica Dra. Larissa.

Tratamento

O tratamento da tuberculose é feito, de forma geral, com o uso de três medicamentos diferentes que devem ser tomados conforme indicação médica por um período de, no mínimo, seis meses após o diagnóstico da doença.

Dra. Larissa ressalta que mesmo que os sintomas sumam e que o paciente apresente uma melhora considerável, é preciso continuar o uso dos medicamentos.

“São medicações devem ser tomadas rigorosamente todos os dias. O período mínimo é de seis meses. É muito importante o paciente não parar o tratamento durante o uso da medicação. Interromper o uso dos medicamentos por conta própria pode trazer a doença de volta de uma forma mais resistente e mais difícil de tratar. Apesar de o tratamento ter efeitos colaterais que podem incluir náuseas, vômitos, coceira pelo corpo e câimbras, são medicações que realmente devem ser tomados continuamente”, disse.

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