Publicado em 29/05/2019 às 21h20.

Braço da Odebrecht e com dívida de R$ 12 bi, Atvos faz pedido de recuperação judicial

O BNDES é o maior credor, com R$ 4,1 bilhões a receber; em seguida vem Banco do Brasil, com R$ 3,8 bilhões

Redação
Foto: Zeh Campos
Foto: Zeh Campos

 

Empresa do grupo Odebrecht que atua no setor agroindustrial, a Atvos entrou nesta quarta-feira (29) com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo. A dívida é de R$ 11,96 bilhões.

A derrocada da companhia é um revés importante para o grupo Odebrecht e para os bancos, principalmente os públicos. O BNDES é o maior credor, com R$ 4,1 bilhões a receber. Em seguida vem Banco do Brasil, com R$ 3,8 bilhões, a Caixa Econômica Federal, com R$ 530 milhões, o Itaú, com R$ 390 milhões, e o Bradesco, com R$ 260 milhões.

Com o aval da Justiça, segundo a Folha de S. Paulo, a companhia deverá apresentar um plano de recuperação dentro de 60 dias. Conforme apurou a reportagem, é bem provável que o plano implique numa perda expressiva para os credores, porque sua estrutura de capital não comporta mais que R$ 5 bilhões em dívida.

No pedido de recuperação judicial, ao qual a Folha teve acesso, a Atvos relata que vinha negociando uma “saída amigável” com os bancos, quando foi surpreendida por um “ataque específico e desgarrado” de um dos credores.

Segundo pessoas próximas ao processo, trata-se do fundo americano LoneStar, com o qual a companhia possui uma dívida de R$ 1,1 bilhão. Os americanos arrestaram na Justiça parte da receita com a venda de etanol, o que asfixiou financeiramente a empresa. Com a recuperação judicial, vão parar de receber o dinheiro.

Em nota à imprensa, a Atvos informou que “entrou com o pedido de recuperação judicial para preservar suas operações, garantir o equilíbrio financeiro e reforçar o seu compromisso com os mais de 10 mil empregados”. A empresa está sendo assessorada pelo escritório E. Munhoz Advogados e pela RK Partners.

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