Publicado em 14/09/2017 às 09h00.

Caso Santander: Isidório critica banco e chama Jean Wyllys de ‘escória’

Aliado do governador Rui Costa disse ainda que demissão de Oswaldo Barreto da Educação tem relação com o debate em torno de gênero e sexualidade no Plano de Educação

Rodrigo Aguiar
Foto: Roberto Viana/ Ag. Haack/ bahia.ba
Foto: Roberto Viana/ Ag. Haack/ bahia.ba

 

Autor da ideia de instalar um monumento ao “Deus de Israel” no plenário da Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), o deputado estadual Pastor Sargento Isidório decidiu se manifestar sobre o cancelamento da exposição Queermuseu no Santander Cultural, em Porto Alegre, após protestos e boicotes organizados por grupos como o Movimento Brasil Livre (MBL).

Críticos à exposição de diversidade sexual disseram que as obras promoviam pedofilia e a sexualização de crianças, além de zoofilia.

“Santander? Diaboander. Demônioander. Puteiroander. Bregander. Cultura, não. Prostituição. Este tal banco fez um desrespeito ao povo brasileiro, à sociedade, aos cristãos”, afirmou Isidório, em entrevista ao Grupo de Comunicação Âncora e EBAHIA News, compartilhada em sua página no Facebook.

O parlamentar incentivou mais pressão contra o banco. “Vão continuar mantendo suas contas lá, financiando indiretamente essa pouca-vergonha?”, questionou, antes de uma série de impropérios contra os apoiadores da exposição, entre os quais o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ). “Vagabundos, pedófilos, prostitutos, imorais, zoófilos, devassos, excomungados, escrotos. Não têm coragem de desrespeitar assim nossos irmãos muçulmanos. Vá lá. Vá lá, Jean Willian (sic), para você ver com quantos paus se faz uma canoa. Escória da Câmara Federal”, disse.

Segundo Isidório, além de “pedofilia, zoofilia e prostituição infantil”, haveria “homossexualismo racista” nas obras: “O negão sendo traçado por dois brancos, com imagens surreais de crianças assistindo todo o bacanal”.

O deputado ainda criticou o promotor o promotor da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Júlio Almeida, que garantiu não haver pedofilia nas obras, após visita ao local.

“Promotor gaúcho, o Ministério Público aí não deve ser representado por Vossa Excelência. Ainda é tempo, reveja seu posicionamento. Dizer que não houve pedofilia nessa mostra satânica é o mesmo que dizer que não houve esperma no pescoço das vítimas do tarado dos ônibus em São Paulo”, afirmou o parlamentar.

Troca de secretário baiano – Isidório também relacionou o episódio em Porto Alegre com a saída de Osvaldo Barreto do comando da Secretaria de Educação do Estado, em abril de 2016. De acordo com o deputado, aliado do governador Rui Costa (PT), o petista teria demitido Barreto da pasta por causa do Plano de Educação.

“O ex-secretário de Educação da Bahia tentou coisa parecida, com seu maligno Plano de Educação. Graças a Deus, tive o apoio da CNBB, da imprensa livre e 52 bravos deputados e deputadas, e juntos sensibilizamos o governador Rui Costa, que não só acatou a mudança do projeto, como substituiu o secretário pelo digno senador Walter Pinheiro”, afirmou o parlamentar.

O Plano de Educação foi aprovado pela AL-BA em maio do ano passado, sem a inclusão de discussões de gênero e sexualidade, em meio a embates entre Isidório e a deputada Fabíola Mansur (PSB).

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