Publicado em 04/10/2017 às 14h00.

Rui e Wagner definem seus candidatos a deputados em 2018

Governador e secretário, postulante ao Senado, reforçam corrente Reencantar; partido já movimenta peças no tabuleiro eleitoral

Evilasio Junior
Foto: Izis Moacyr/ bahia.ba
Foto: Izis Moacyr/ bahia.ba

 

A mais de um ano para as eleições de 2018, o governador Rui Costa (PT), que tentará a recondução ao Palácio de Ondina, já definiu quem serão os seus candidatos a deputado no próximo pleito, conforme apuração feita pelo bahia.ba.

Integrante da corrente Reencantar, o chefe do Executivo baiano mobilizou os integrantes da ala a apoiarem Joseildo Ramos, hoje líder petista na Assembleia Legislativa, para a Câmara Federal, e o ex-prefeito de Serrinha, Osni Cardoso, para a vaga estadual.

A estratégia é fortalecer nacionalmente o grupo, que atualmente conta com três cadeiras na AL-BA (Joseildo, Gika Lopes e Zé Raimundo) e apenas uma em Brasília, com Waldenor Pereira, já que Moema Gramacho renunciou ao mandato para assumir novamente a prefeitura de Lauro de Freitas.

A expectativa da tendência é de que, no próximo ano, consiga fazer dois estaduais – Zé Raimundo e Osni (Gika abandonou a disputa) – e três federais. Além de Waldenor e Joseildo, o atual secretário estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social, Carlos Martins, pretende concorrer ao Congresso, tanto por uma questão pessoal quanto por uma pressão do seu sindicato, o Sindiquímica, que tradicionalmente lança um nome forte para a Câmara, a exemplo de Jaques Wagner, Rui e Moema, em anos anteriores.

Para evitar briga no grupo, o titular da SJDHDS contará com o apoio do secretário de Desenvolvimento Econômico, Jaques Wagner, que será postulante ao Senado. Afastado da briga de correntes – embora originalmente da Construindo um Novo Brasil (CNB), a mesma de Lula –, para deputado estadual, o ex-governador deve bancar a candidatura de Robinson Almeida, hoje suplente de federal e integrante da Democracia Socialista (DS).

Na montagem das peças, o próprio Rui participou das tratativas para levar o seu líder do governo, Zé Neto (DS), para a capital federal, com a vinda de Robinson para a política local, além de convencer Moema a não abandonar a gestão municipal para tentar o parlamento e apoiar a dobradinha Joseildo-Osni.

No caso de Zé Neto, a meta é ainda fortalecer o seu nome para o próximo pleito de Feira de Santana. Candidato derrotado em 2004, 2012 e 2016, o petista teria em 2020 a chance de não enfrentar José Ronaldo de Carvalho (DEM), que, no segundo mandato, não poderá tentar a reeleição.

Tabuleiro – A onda antipetista, provocada pelo desgaste do governo da ex-presidente Dilma Rousseff e as denúncias de corrupção contra Lula, não é suficiente para que as principais lideranças baianas do Partido dos Trabalhadores não apostem no crescimento das bancadas.

A estimativa no PT é ampliar ou pelo menos manter, em 2018, o mesmo número de cadeiras na Assembleia Legislativa da Bahia e na Câmara dos Deputados conquistadas em 2014, quando a legenda elegeu 11 deputados estaduais e oito federais. No entanto, a intenção é renovar parte das caras.

Na AL-BA, dois nomes estão fora do baralho na eleição do próximo ano: Gika Lopes e Luiza Maia. O primeiro alega “problemas pessoais”, enquanto a segunda diz que está no “segundo e último mandato”. O fato é que a petista deseja, em 2020, concorrer à prefeitura de Camaçari.

Com a empreitada de Zé Neto e Joseildo no plano federal, o PT trabalha com quatro vagas abertas na AL-BA. Os favoritos para ocuparem os espaços são Jacó, da Esquerda Popular Socialista (que teve 35.210 votos em 2014), e o ex-comandante da sigla Jonas Paulo, da CNB, (33.414). Ambos são suplentes atualmente.

Na meta de renovação, além dos candidatos de Wagner e Rui – Robinson e Osni Cardoso –, outros dois nomes são Radiovaldo Costa, ex-vereador de Alagoinhas que retornou ao PT após ficar uma temporada na Rede, e o vereador de Salvador, Luiz Carlos Suíca (EPS).

Para a Câmara, pinta como novidade não só a tentativa de emplacar Martins, Joseildo e Zé Neto, mas reforçar o nome de Elisângela Araújo, da Federação de Trabalhadores Rurais (Fetrab), que obteve 31.503 votos em 2014 e tenta puxar o apelo feminino antes puxado por Moema. A dobradinha preferencial dela seria Radiovaldo, uma vez que ambos são da CNB e apoiados pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Guerra das Correntes em números – Corrente do presidente estadual do PT baiano, Everaldo Anunciação, a CNB fez quatro estaduais em 2014 e, apesar da baixa de Luiza Maia, que não só desistiu da candidatura como abandonou a ala, vai tentar manter o número com Rosemberg Pinto, Fátima Nunes e Paulo Rangel, e o acréscimo de Radiovaldo.

A DS, que fez Zé Neto e Neusa Cadore, e recebeu o incremento com a subida do suplente Bira Coroa, tenta reeleger Neusa e Bira e se reforçar com Robinson Almeida. Chefe da agremiação em Salvador, o ex-vereador Gilmar Santiago corre por fora.

A EPS, que perdeu Marcelino Gallo para a Avante, após desentendimentos com o principal líder Valmir Assunção, vai com os “novatos” Jacó e Suíca. As grandes apostas da Avante e da Esquerda Democrática Popular (EDP) são as permanências de Galo e Maria Del Carmen, respectivamente.

Como já pontuado, a Reencantar, do governador Rui Costa, sai de três na eleição anterior – Zé Raimundo, Gika e Joseildo – para buscar dois na próxima – Zé Raimundo e Osni Cardoso – para ampliar de um para três federais – Waldenor, Carlos Martins e Joseildo.

Ainda sobre a Câmara, a DS lança suas fichas sobre Afonso Florence e a Avante na reeleição de Jorge Solla, apesar de o deputado não integrar oficialmente a corrente. Mesmo cenário para a EDP, de Nelson Pelegrino, e a EPS, de Valmir Assunção.

Já a CNB perdeu Luiz Caetano, que lança a sorte de forma avulsa, e precisa sacramentar uma nova vitória com Josias Gomes, amigo pessoal de Lula, que vai deixar a Secretaria de Relações Institucionais (Serin) do governo Rui em março.

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