Guerreiro critica desinteresse do governo com cultura: ‘Tentativa de desmontar tudo’

Segundo presidente, iniciativas da FGM estão paradas por falta de apoio, como a Salvador Filmes, de apoio à produção cinematográfica

Estela Marques

O presidente da Fundação Gregório de Matos (FGM), Fernando Guerreiro, criticou o desinteresse do governo federal com a cultura do país. O posicionamento é feito após a saída de Regina Duarte da Secretaria Especial de Cultura, anunciada nesta quarta-feira (20).

Na avaliação do produtor cultural, a instabilidade na pasta, que já teve quatro secretários – Henrique Pires, Ricardo Braga, Roberto Alvim e Regina Duarte -, é um projeto do governo Jair Bolsonaro para promover o desmonte do setor.

“É mais viés ideológico, que cultura é de esquerda. Acredito que isso faz parte desse processo todo. Não sei se alguém conseguiria fazer alguma coisa nesse lugar”, comentou Guerreiro.

Decepcionado com a gestão de Regina Duarte, que assumiu a Secretaria de Cultura em março, o presidente da FGM criticou a ex-global por não ter feito “absolutamente nada”. Depois de ter se exposto publicamente “de forma bizarra”, feito um discurso de posse “patético”, uma entrevista à CNN Brasil “patética” e “desaparecido na quarentena”, a única coisa que Regina Duarte fez em sua gestão, para Guerreiro, foi “passar vergonha”.

Em entrevista ao bahia.ba, Guerreiro sinalizou que iniciativas da prefeitura estão paradas por falta de apoio federal. Uma delas é a Salvador Filmes, ação de apoio à produção cinematográfica. Desde o ano passado a FGM espera uma resposta da Ancine, que deve apoiar o projeto.

Depois da saída de Regina Duarte, o ator Mário Frias é cotado para assumir a Secretaria de Cultura. Guerreiro disse não conhecer a trajetória do ex-Malhação, mas espera conseguir reverter o quadro inerte da pasta.

“Vou ficar na torcida para que seja uma pessoa de bom senso. (…) Hoje, nesse momento que o país está passando, o apoio do governo federal é fundamental”, acrescentou.

Bahia.ba

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