Publicado em 27/05/2022 às 13h29.

Ao falar de inflação, Bolsonaro diz que ‘coisas impossíveis’ devem ficar na mão de Deus

Um dia após nova pesquisa Datafolha, o presidente defendeu ‘dobrar os joelhos’ para pedir ‘uma alternativa’ e criticou o nome de Lula como solução para os problemas do país

Jamile Amine
Foto: Reprodução / Youtube
Foto: Reprodução / Youtube

 

Um dia após a divulgação de nova pesquisa Datafolha que mostrou a possibilidade de Lula (PT) vencer as eleições presidenciais no primeiro turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), o mandatário criticou o petista e se isentou da responsabilidade pelos sucessivos aumentos no preço dos combustíveis no país.

“O Brasil tem que deixar de ser atacado o tempo todo, interna e externamente, por pessoas que querem apenas no momento tirar o governo daqui. Como se o outro, que esteve à frente do Executivo por oito anos e mandou em mais seis fosse realmente a solução pra nossa pátria”, disse o chefe do Executivo, nesta sexta-feira (27), durante a Convenção Nacional das Assembleias de Deus do Ministério de Madureira, em Goiânia (GO), se referindo aos dois mandatos de Lula e sua influência na gestão de Dilma Rousseff (PT).

“Eu peguei o Brasil com sérios problemas econômicos, éticos e morais. Ninguém enfrentou o que enfrentamos. A pandemia, uma seca, geada, Brumadinho lá atrás e uma guerra lá fora, que reflete no mundo todo”, disse Bolsonaro para justificar a crise econômica pela qual passa o país.

Citando os protocolos adotados por prefeitos e governadores para conter a pandemia e a invasão russa à Ucrânia, ele defendeu que os problemas enfrentados no Brasil, a exemplo do aumento dos combustíveis e dos alimentos, “são as consequências do ‘fique em casa’, da guerra lá fora”. “Se fosse só o Brasil eu seria o responsável, mas ouso dizer que o Brasil é um dos países que menos sofre economicamente, levando-se em conta o mundo todo”, afirmou o presidente.

“Aqui não tem desabastecimento. Temos dificuldades, mas qual a solução pra isso? É ter resiliência, ter fé, é ter coragem, é acreditar. Por muitas vezes, ou quase sempre, dobrar os joelhos e buscar uma alternativa, pedir uma alternativa”, disse Bolsonaro para a plateia de evangélicos. “Nós sabemos que temos que fazer a nossa parte, mas as coisas impossíveis, [é preciso] deixar na mão de Deus”, concluiu o mandatário, em meio a aplausos.

No discurso, ele também acenou para a bancada da bíblia ao atacar as pautas de costume. Em referência a Lula, ele afirmou que “essas pessoas que se apresentam como a solução” não respeitam a família, “querem mudar a cabeça das criancinhas a partir de cinco anos de idade”, “falam que aborto é como a extração de um dente” e dizem que “colocarão os militares e os pastores nos seus devidos lugares”.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.