Penhor se torna mais atraente com alta do ouro
opção de crédito em que joias são dadas como garantia tornou-se mais atraenteJosé Cruz/Agência Brasil
Com o aumento do preço do ouro no mercado interno, o penhor, opção de crédito em que joias são dadas como garantia de um empréstimo e depois podem ser resgatadas, tornou-se mais atraente. A Caixa Econômica Federal informou que, em setembro, aplicou reajuste médio de 10% sobre as tabelas de ligas de ouro da modalidade, a fim de acompanhar a alta da cotação do metal.
De 30 de dezembro de 2014 até o fim da primeira semana de novembro deste ano, o metal acumulou valorização de 29,41% no mercado doméstico, informa a Reserva Metais, empresa especializada no mercado do ouro. O pico da valorização em 2015 ocorreu em 28 de setembro, quando havia 44,61% de alta acumulada. O motivo para a disparada dos preços é a alta do dólar, conforme explica Edson Magalhães, gerente de operações da empresa.
“A alta do ouro deve-se quase exclusivamente à alta do dólar. Os dois componentes que formam o preço [no mercado interno] são o valor internacional e a cotação do dólar. O preço internacional do ouro permaneceu quase inalterado ao longo do ano, com pequena queda. O preço do dólar no mercado doméstico saiu de R$ 2,65 [no fim do ano passado] para R$ 3,86 [este ano]”, disse.
Na avaliação do gerente de operações, dado o patamar de valorização do ouro este ano, a Caixa poderia inclusive ter aplicado um reajuste maior aos valores que paga pelas joias deixadas como garantia no penhor. “Quando a pessoa deixa o ouro penhorado, está deixando uma garantia maior hoje do que deixava no ano passado. Uma joia que valia um determinado valor, hoje vale mais”, comentou.
A Caixa informou que tem tabelas próprias de avaliação de garantias e que não há periodicidade fixa de reajuste. A instituição financeira disse também que, em função da greve dos bancos em outubro, ainda não foi possível mensurar se o reajuste sobre as tabelas aumentou a procura dos clientes pelo penhor.
O militar Eduardo Gonçalves, 50 anos, recorre ao penhor há cinco anos. Ele sabe que o ouro valorizou recentemente acima do reajuste da tabela da Caixa. Mas, ainda assim, prefere penhorar a vender. “Vender ouro é muito difícil. Você tem que ter um certificado, comprovar uma série de coisas e geralmente demora. Já penhorar é fácil, e o dinheiro sai na hora. Quem precisa de dinheiro rapidamente, a juros mais baixos, e não quer se desfazer de um bem, procura o penhor”.
A aposentada Raimunda de Souza, 83 anos, também destaca a facilidade de conseguir os recursos. “Você vem aqui e rapidamente sai com dinheiro. Há pelo menos 20 anos uso esse recurso para ganhar dinheiro quando preciso, sem necessidade de me desfazer de nenhuma joia. Geralmente, quem penhora não quer se desfazer de um colar, um anel, que pode ser de família. É melhor que vender”, acredita. Também é a opinião do aposentado Djalma Borges, 77 anos, que usa o penhor inclusive quando viaja. “A gente bota uma joia no banco e ela fica protegida contra roubo”, diz.
Além de penhorar ou vender o ouro que já se tem em casa, outra possibilidade é investir no metal, apostando na continuidade da atual valorização. Edson Magalhães acredita que em 2016 o ouro ainda estará em alta no mercado doméstico. “O momento político e de acertos fiscais faz com que investidores retirem um pouco de dinheiro, mantendo a cotação do dólar elevada. Por isso, o ouro deve ser uma boa aplicação também no ano que vem”.
Mais notícias
-
Economia
22h20 de 11 de dezembro de 2024
Copom eleva juros básicos da economia para 12,25% ao ano
Alta do dólar e preço dos alimentos influenciaram decisão do comitê
-
Economia
21h20 de 11 de dezembro de 2024
Haddad garante que uma semana ‘é suficiente’ para aprovar pacote de gastos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, considerou que a conversa com os parlamentares “está indo bem”
-
Economia
18h18 de 11 de dezembro de 2024
Vendas de imóveis no país crescem 19,7%
Dados foram divulgados nesta quarta-feira (11)
-
Economia
17h52 de 11 de dezembro de 2024
Dólar cai e fecha abaixo de R$ 6,00 pela primeira vez desde o fim de novembro
Copom anuncia decisão de juros após fechamento dos mercados
-
Economia
17h42 de 11 de dezembro de 2024
Taxas de juros longas recuam com ajustes e otimismo por tramitação do pacote fiscal
Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,81%, ante 13,997% do ajuste anterior
-
Economia
17h19 de 11 de dezembro de 2024
B3: volumes operacionais sobem, mas correlação com mercado acionário gera dificuldade
XP e BTG destacam alta em renda variável e criptos, mas apontam entraves nos derivativos e forte desvalorização das ações da bolsa no acumulado do ano
-
Economia
17h01 de 11 de dezembro de 2024
Inflação de 2,4% na Argentina em novembro é a mais baixa desde julho de 2020
Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 166%, ante 209% em setembro e 193% em outubro
-
Economia
16h12 de 11 de dezembro de 2024
Nasdaq supera 20 mil pontos pela 1ª vez na história puxado por big techs e inflação
Dados de inflação demonstram que há fundamentos para um novo corte nas taxas de juros na reunião de dezembro, marcada para a próxima semana
-
Economia
15h53 de 11 de dezembro de 2024
Auxílio-gás será pago com atraso em dezembro, informa MDS
O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate a Fome afirmou que o dinheiro será liberado para todas as 5,49 milhões de famílias antes do Natal
-
Economia
15h31 de 11 de dezembro de 2024
Dólar hoje tem baixa com inflação dos EUA e decisão do Copom no radar
Copom anuncia decisão de juros após fechamento dos mercados