2 de Julho: Maria Quitéria, heroína de Feira de Santana que se alistou para libertar o Brasil
Numa sociedade marcada pelo machismo, ela driblou o preconceito e se passou por homem, abrindo caminho para a atuação feminina nas Forças Armadas Brasileiras
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Ela nasceu em 27 de julho de 1792 na freguesia de São José, atualmente território de Feira de Santana, no centro-norte da Bahia. A primeira dos três filhos de Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus fugiria da fazenda em que morava com a família, em 1821, para entrar para a história como a primeira mulher brasileira a atuar pelas Forças Armadas Brasileiras.
A professora Viviane Carla Bandeira, historiadora e pesquisadora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) ressalta que “apesar de ser de uma família de posses, ela desde cedo já mostrava habilidades de luta, caça e cavalgaria”, algo que serviria como um traço de personalidade importante para aquela que futuramente se transformaria em um dos maiores nomes da luta pela independência do Brasil na Bahia.
“Quando as lutas da Independência se iniciaram, mesmo tendo seu destino já traçado, o de se casar e ser uma dona de casa, ela se desfez de todo o elo feminino, cortou os cabelos e utilizou roupas masculinas, apropriando-se do nome do seu cunhado, soldado Medeiros, para conseguir ingressar no exército baiano”, descreve a historiadora que atribui a atitude de Maria Quitéria como um ato de coragem, considerando a incerteza sobre o risco de ser descoberta e a possibilidade de ser expulsa do Batalhão de Voluntários do Príncipe, também conhecido como Batalhão dos Periquitos, que estava estacionado na Vila de Cachoeira, nesta época.
Não demorou e ela foi, de fato, descoberta. Alguns historiadores defendem que as Forças Armadas não tinham condições de abrir mão de combatentes voluntários. A maior parte, como Viviane Carla Bandeira ressaltam que Maria Quitéria “se destacou nas batalhas” e foi além: “passou a usar saias nas batalhas, sendo considerada patrona da Independência da Bahia”.
Em uma análise da sociedade da época, Viviane Carla Bandeira afirma que mulheres como Maria Quitéria “estão à frente do seu tempo”.
Sobre a “heroína de Feira de Santana”, a pesquisadora afirma que “apesar de ser criada num ambiente onde foi domesticada para ser uma mantedora do lar, dona de casa, seu anseio pela transformação social e o patriotismo foram fatores que influenciaram sua motivação para fazer parte do exército e ir para o campo de batalha em prol da Independência da Bahia”.
Alguns estudos, como o de Sérgio Armando Diniz Guerra Filho (2015), Viviane Bandeira e Andrea Moreira (2019) sinalizam a importância das figuras populares como Maria Quitéria para o sucesso “na luta antilusitana”, demonstrando que o patriotismo foi um dos caminhos que impulsionou esse movimento. Apesar de ter se alistado, ela sempre será lembrada nos festejos do Dois de Julho como uma representante de um povo mobilizado por um ideal.
A heroína de Feira de Santana
Maria Quitéria de Jesus foi uma mulher brasileira, baiana, militar, que atuou no regimento de artilharia e chegou ao posto de primeiro cadete, patente concedida pelo general Labatut. Ela foi condecorada com a Imperial Ordem do Cruzeiro por D. Pedro I, logo após o fim da guerra.
Apesar dos relatos sobre outras mulheres combatentes nas trincheiras da luta pela Independência, Maria Quitéria é considerada a primeira a compor uma unidade militar das Forças Armadas Brasileiras.
Em 26 de julho de 2018 ela teve o nome incluído no “Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria”, o que a ratifica como um ícone a ser reverenciado nas comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil, uma das “Mulheres da Independência”.
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