Publicado em 05/12/2023 às 07h23. Atualizado em 05/12/2023 às 08h33.

PF faz operação contra suspeitos de vender 43 mil armas para PCC e CV

Entre os 16 presos na ação está o argentino Diego Hernan Dirísio, considerado o maior contrabandista bélico da América do Sul; investigação é conduzida pela Justiça da Bahia

Redação
Foto: Investigação internacional

 

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (5) uma operação contra um grupo suspeito de entregar 43 mil armas para os chefes das maiores facções do país — Primeiro Comando da Capital e Comando Vermelho —, movimentando R$ 1,2 bilhão. As informações são da GloboNews e TV Globo. A ação é conduzida pela Justiça da Bahia.  Até agora, cinco pessoas foram presas no Brasil e 11, no Paraguai.

São cumpridos 25 mandados de prisão preventiva, seis de prisão temporária e 52 mandados de busca e apreensão em três países: Brasil, Estados Unidos e Paraguai — onde está o principal alvo da operação, Diego Hernan Dirísio, que ainda não foi encontrado.

A determinação judicial é que os alvos de prisão que estiverem no exterior sejam incluídos na lista vermelha da Interpol e que, se forem presos, sejam extraditados para o Brasil.

Dirísio é considerado pela PF o maior contrabandista de armas da América do Sul.

A investigação começou em 2020, quando pistolas e munições foram apreendidas no interior da Bahia. As armas estavam com o número de série raspado, mas, por meio de perícia, a PF conseguiu obter as informações e avançar na investigação.

Três anos mais tarde, a cooperação internacional que resultou na operação desta terça indica que um homem argentino, dono de uma empresa chamada IAS, com sede no Paraguai, comprava pistolas, fuzis, rifles, metralhadoras e munições de fabricantes de países como Croácia, Turquia, República Tcheca e Eslovênia.

Após a compra, as armas eram vendidas para facções brasileiras, em especial de São Paulo e do Rio de Janeiro. O esquema envolvia também doleiros e empresas de fachada no Paraguai e nos EUA.

As investigações indicam ainda que havia corrupção e tráfico de influência na Direccion de Material Belico (DIMABEL), órgão paraguaio responsável por controlar, fiscalizar e liberar o uso de armas, facilitando o funcionamento do esquema.

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