Déficit evidencia deterioração fiscal, diz secretária do Tesouro
De acordo com Ana Paula Vescovi, desequilíbrio entre receita e despesas do governo, em maio deste ano, foi maior do que o registrado no mesmo período de 2015
A secretária do Tesouro Nacional, Ana Paula Vescovi, afirmou nesta terça-feira (28), que o déficit de R$ 151,5 bilhões em 12 meses encerrados em maio deixa evidente a deterioração da trajetória dos resultados fiscais do país. Por isso, segundo ela, foi importante a iniciativa de revisão da meta de 2016.
Ana Paula destacou que o quadro se acentuou no fim do ano passado, com o pagamento de despesas atrasadas, as chamadas pedaladas fiscais. De acordo com a secretária, a nova meta proposta, que permite um déficit de R$ 170,5 bilhões em 2016, traz um resgate da credibilidade no cumprimento das metas fiscais. “Trouxe ao debate público uma meta crível, que cobre toda a estimativa de despesas e faz revisão importante de receitas”, afirmou.
A secretária, que concede coletiva de imprensa pela primeira vez desde que assumiu o cargo, disse que o déficit de maio (R$ 15,5 bilhões) veio em linha com as expectativas de mercado, apesar de ter sido maior que o registrado em 2015 (R$ 8,1 bilhões).
Ana Paula afirmou que a queda nas receitas e a pressão sobre as despesas do governo contribuem para o déficit primário de R$ 23,770 bilhões no acumulado dos cinco primeiros meses de 2016. “Temos crescimento de despesas totais de 1,4% de janeiro a maio, já descontada a inflação. Isso contrasta com queda de 5% na receita líquida. Isso explica o aprofundamento do déficit”, disse a secretária.
“Os destaques são as receitas administradas. A queda dessas receitas tem relação com o momento econômico. Em um momento de crise, recessão, é comum que o pagamento de impostos acompanhe o ciclo econômico”, disse Ana Paula. Além disso, segundo a secretária, empresas como Petrobras e Eletrobras não têm repassado dividendos ao governo devido a suas situações financeiras, o que também impacta as receitas.
Do lado das despesas, houve aumento no volume de pagamentos de abono e seguro-desemprego. “Além disso, há uma nova sistemática de pagamentos de subsídios e subvenções, que tinham prazo de 24 meses. Por recomendação do TCU, esse prazo foi encurtado para seis meses”, mencionou a secretária.
Meta fixa – Ana Paula afirmou que o governo está monitorando de perto o cumprimento da meta fiscal de 2016, a qual prevê um déficit primário de R$ 170,5 bilhões. “Somos guardiães de uma meta fixa e não abrimos mão de seu cumprimento”, disse na entrevista coletiva. Ana Paula ressaltou também que a renegociação das dívidas dos estados foi fechada dentro do espaço fiscal previsto pelo governo.
O impacto da renegociação só neste ano será de R$ 20 bilhões, e o governo tinha uma reserva de contingência de R$ 18,1 bilhões dedicada aos estados e também a eventuais frustrações de receitas no ano. A secretária assegurou, porém, que o acordo não vai trazer mudanças na meta fiscal. “A renegociação foi toda feita dentro da meta, do espaço fiscal previsto. Existem outras condicionantes fiscais nos estados que asseguram o cumprimento da meta”, disse, sem detalhar, no entanto, quais seriam essas condicionantes.
Mais notícias
-
Economia
18h21 de 03 de maio de 2024
Ibovespa fecha com alta de 1%, aos 128,5 mil pontos, com payroll e ambiente positivo
Bolsas dos EUA têm forte alta após dados de emprego
-
Economia
15h22 de 03 de maio de 2024
Governo adia Enem dos Concursos, previsto para domingo (5)
Pronunciamento oficial será realizado nesta sexta-feira (3)
-
Economia
14h59 de 03 de maio de 2024
Movimentação econômica de Salvador cresceu 6,3% em fevereiro de 2024
Indicador avançou 17,7% em relação fevereiro do ano passado
-
Economia
12h53 de 03 de maio de 2024
Ibovespa sobe e dólar cai após payroll dos EUA abaixo do esperado em abril
Dólar caiu 0,79%, para R$ 5,07
-
Economia
11h45 de 03 de maio de 2024
Juros de cartão de crédito sobem e atingem 421,3% ao ano em março
Saldo da modalidade livre às pessoas físicas cresce 8,2% em 12 meses
-
Economia
07h22 de 03 de maio de 2024
Brasil se torna livre de febre aftosa sem vacinação, diz Ministério da Agricultura
Anúncio do novo status sanitário do país foi realizado nesta quinta-feira (2)
-
Economia
18h51 de 02 de maio de 2024
Dólar cai para R$ 5,11 com alívio externo e decisão da agência Moody’s
Bolsa sobe 0,95% e recupera os 127 mil pontos
-
Economia
18h09 de 02 de maio de 2024
Agronegócio foi responsável por 53,4% das exportações da Bahia no primeiro trimestre de 2024
Commodities mantêm protagonismo, mesmo com queda nos preços internacionais
-
Economia
17h59 de 02 de maio de 2024
Mercado Livre vê lucro subir 71% no 1º trimestre
Lucro foi de US$ 344 milhões nos primeiros três meses do ano
-
Economia
17h22 de 02 de maio de 2024
Pequenos e médios negócios têm débitos de R$ 115 bilhões, diz Serasa
Ao todo, são 6,3 milhões de empresas com restrições devido ao atraso no pagamento de contas