Campos Neto afirma que ciclo de alta da Selic ‘continua em aberto’
De acordo com o presidente do Banco Central, não há orientação sobre nível de aumentos da taxa de juros e nova decisão “depende de dados”
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, declarou nesta quinta-feira (26) que o ciclo de aumento da taxa básica de juros, a Selic, “continua em aberto”. Ele destacou que o BC não queria oferecer nenhuma “indicação prévia” ao justificar a decisão de elevar a Selic na semana passada, de 10,50% para 10,75%. “Precisamos monitorar os dados”, afirmou.
Durante uma coletiva de imprensa em São Paulo, relacionada ao Relatório de Inflação do 3º Trimestre, Campos Neto foi questionado sobre os dados mais recentes da inflação (IPCA-15), que ficaram abaixo das expectativas do mercado. Ele foi perguntado se isso não indicava uma desaceleração nos preços, o que poderia contrariar o aumento de juros decidido pelo BC na semana anterior.
Campos Neto reconheceu que o resultado do IPCA-15 foi positivo, fato já antecipado pelo BC. No entanto, ele acrescentou que a decisão sobre a Selic “não se baseia em números de curto prazo”.
Em resposta aos jornalistas, ele também mencionou que, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), realizada nos dias 17 e 18 deste mês, o BC não considerou um aumento da Selic de 0,50 ponto percentual, optando por um ajuste de 0,25 ponto percentual.
No Relatório de Inflação do 3º Trimestre, divulgado também nesta quinta-feira, o BC revisou a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil para 2024, elevando-a de 2,3% para 3,2%. Para 2025, a projeção foi mantida em 2%.
O relatório destaca que a economia brasileira continuou robusta no segundo trimestre, com crescimento superior ao esperado, o que levou a uma revisão para cima nas previsões de crescimento para 2024. Também foi mencionado que os impactos econômicos das enchentes no Rio Grande do Sul foram menores do que o previsto, contribuindo para essa surpresa.
O documento aponta ainda um aumento no consumo das famílias, nos investimentos e nos setores mais cíclicos da economia. No lado da oferta, a revisão do PIB reflete avanços em todos os setores.
A previsão para a agropecuária, por exemplo, passou de uma queda de 2,0% para uma retração de 1,6%. No caso da indústria, a expectativa de crescimento subiu de 2,7% para 3,5%. Já para o setor de serviços, a projeção foi ajustada de 2,4% para 3,2%.
O BC também estima um hiato do produto positivo de 0,5% nos segundo e terceiro trimestres deste ano, em comparação com previsões anteriores de -0,2% e 0%, respectivamente. O hiato do produto mede a ociosidade da economia, comparando o produto efetivo com o potencial. Um hiato positivo indica uma economia aquecida.
Para o último trimestre de 2024, o BC projeta um hiato positivo de 0,3%, frente à estimativa anterior de -0,4%. Já para o primeiro trimestre de 2026, a previsão é de um hiato negativo de 0,3%.
Mais notícias
-
Economia
21h20 de 26 de setembro de 2024
Agronegócio estima prejuízo de R$ 14,7 bilhões em decorrência de incêndios no Brasil
O valor foi divulgado pela Confederação Nacional do Agronegócio (CNA) nesta quinta-feira (26)
-
Economia
19h57 de 26 de setembro de 2024
BNDES fecha contratos de R$ 3,3 bilhões para obras do Novo PAC
Serão R$ 2,3 bi para pavimentação de estradas no MS e R$ 1 bi em obras de saneamento no CE. Recurso é do BNDES
-
Economia
19h39 de 26 de setembro de 2024
Imposto de renda: 1,47 milhão de declarações caíram na malha fina
Das mais de 45 milhões de declarações do imposto de renda, 3,2% foram retidas na malha fiscal
-
Economia
18h22 de 26 de setembro de 2024
Basf venderá marca de tintas Suvinil, diz coluna
Suvinil é dona de duas fábricas no país
-
Economia
18h12 de 26 de setembro de 2024
Dólar cai 0,6%, a R$ 5,44, com fraqueza externa depois de novos estímulos na China
País asiático intensifica suas medidas de estímulos para economia e moeda de países emergentes respondem com otimismo
-
Economia
18h03 de 26 de setembro de 2024
Caixa faz leilão online com mais de mil imóveis; preços começam em R$ 59,2 mil
Possíveis aumentos de produção eclipsaram o otimismo do mercado com os estímulos anunciados pelo governo chinês
-
Economia
17h09 de 26 de setembro de 2024
Petróleo fecha em queda firme após relatos de que sauditas e Opep+ elevarão produção
Possíveis aumentos de produção eclipsaram o otimismo do mercado com os estímulos anunciados pelo governo chinês
-
Economia
16h22 de 26 de setembro de 2024
Banco Central eleva de 2,3% para 3,2% a projeção do PIB em 2024
Consumo das famílias e investimentos produtivos puxam a elevação
-
Economia
14h19 de 26 de setembro de 2024
Querosene de aviação terá redução de 9,1% a partir de 1º de outubro
No comparativo desde dezembro de 2022, houve redução acumulada de 32,8%