Publicado em 29/10/2024 às 16h55.

Interesse do Brasil é evitar que Venezuela se torne foco de rivalidades geopolíticas, diz Amorim

Assessor especial do presidente Lula participou, nesta terça-feira (29), de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados

Redação
Foto: Reprodução/ EBC

 

O assessor especial do presidente Lula, Celso Amorim, participou, nesta terça-feira (29), de uma audiência na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos sobre o posicionamento do país nas eleições da Venezuela, realizadas em 28 de julho deste ano. De acordo com o diplomata, como o Brasil recebeu cerca de 600.000 imigrantes venezuelanos, há claro interesse nacional na questão. A informação é da coluna Radar, da revista Veja.

Amorim afirmou que o principal interesse do Brasil é evitar que a Venezuela se torne foco de rivalidades geopolíticas que ameacem a paz na América do Sul, e que importem conflitos para o “coração” da Amazônia. Além disso, disse que três diretrizes guiam o posicionamento do governo brasileiro sobre a situação política, social e econômica daquele país.

“A posição em relação à Venezuela tem obedecido a três princípios: a defesa dos princípios democráticos consagrados em acordos internacionais, como a Carta da OEA, o Protocolo de Georgetown sobre o compromisso democrático da Unasul, e o protocolo de Ushuaia sobre o compromisso democrático do Mercosul. Esse é um princípio. A não ingerência em assuntos internos, e a resolução pacífico de controvérsias”, disse.

Amorim ponderou, também, sobre o reconhecimento internacional de Juan Guaidó como presidente da Venezuela, em 2019. “Hoje existe um consenso praticamente generalizado, porque é o que eu tenho escutado de vários interlocutores com quem tenho conversado, de que o reconhecimento de Guaidó criou uma situação de bicefalia, que acabou prejudicando a população venezuelana, e ele não pode ser repetido. O Brasil está aberto a contribuir, caso exista disposição dos dois lados. Por isso temos procurado preservar a capacidade de diálogo com as duas partes”, declarou.

Em agosto deste ano, o presidente Lula conversou por telefone com o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau. Na ocasião, o brasileiro já apontava o reconhecimento de Guaidó como um “erro histórico” da comunidade internacional contra a política venezuelana.

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