PM suspeito de executar adolescente na Garibaldi terá a punição devida, diz governador

O governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou nesta segunda-feira (9) que o policial militar Marlon da Silva Oliveira será devidamente punido caso a Justiça o incrimine pela morte de Gabriel Santos Costa, 17, na avenida Garibaldi, no último dia 1º. O soldado se entregou na sede do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) na noite de domingo (8).

Jerônimo voltou a afirmar que agentes de segurança que cometeren abusos não ficaram impunes.

“A Polícia Civil já o recolheu, vai tratar, vai investigar e, de acordo da Justiça, vai dar a punição devida. Não será impune qualquer ato de algum policial que nós não concordamos. Que nenhum policial possa manchar a farda da Polícia Militar, a farda da Polícia Civil, dos bombeiros. A orientação nossa é de uma polícia que possa proteger”, afirmou o governador.

A declaração foi dada durante entrega do novo Complexo Policial do Ogunjá.

Marlon passou a ser considerado foragido na sexta-feira (6), quando Justiça decretou sua prisão preventiva (sem prazo).  Em depoimento um dia após o crime, ele havia alegado legítima defesa.

Um vídeo que circula nas redes sociais mostra quando Gabriel e um outro jovem de 19 anos são abordados por Marlon. Em seguida, os dois descem da moto em que estavam e deitam no chão, onde são obrigados a ficar com o rosto próximo ao asfalto. Eles passam por uma espécie de revista, enquanto são xingados e agredidos pelo soldado, que não estava fardado no momento da ação. “Cala a porra da boca”, diz o PM, que em seguida atira nos dois diversas vezes.

Após alvejar a dupla, o PM entra no carro branco e deixa o local. A cena é vista por outras pessoas. O adolescente morreu na hora. Já o jovem de 19 foi socorrido para o HGE (Hospital Geral do Estado), na avenida Vasco da Gama.

Em nota, a Polícia Militar informou que equipes da 12ª CIPM (Ondina/Rio Vermelho) foram acionadas para atender uma ocorrência na qual “dois indivíduos” foram atingidos por disparos de arma de fogo.

De acordo com a versão da corporação, ao chegarem ao local, os agentes constataram que uma das vítimas não havia resistido aos ferimentos, enquanto a outra foi socorrida pelo Samu para uma unidade de saúde da região.

“Sobre as imagens que circulam nas redes sociais, apontando para a suposta participação de um policial militar no caso, a PMBA esclarece que diligências estão em curso para identificar e apurar todos os fatos relacionados”, diz no comunicado.

A PM também afirma não compactuar com qualquer conduta que desvie dos princípios éticos e legais que regem o serviço policial. “Reforçamos nosso compromisso com a transparência e a colaboração com os órgãos responsáveis pelas investigações.”

Também em nota, a Polícia Civil diz que o caso segue sob investigação e afirma que nenhuma hipótese é descartada.