Publicado em 21/01/2025 às 14h04.

Combate ao coral invasor avança na Ilha de Itaparica com nova expedição

A Sema e o Inema realizam mais uma etapa da operação na Ilha de Itaparica, localizada na Baía de Todos-os-Santos (BTS)

Redação
Foto: Tiago Dantas – Ascom/Sema

 

Nesta quarta-feira (22), a Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) realizam mais uma etapa da operação na Ilha de Itaparica, localizada na Área de Proteção Ambiental (APA) da Baía de Todos-os-Santos (BTS). O trabalho, que busca combater a bioinvasão do coral Chromonephthea braziliensis, está na fase de testes para identificar as técnicas mais eficazes de manejo, com o objetivo de proteger a biodiversidade marinha e os serviços ecossistêmicos desempenhados pelos recifes de corais da região.

Atualmente, as equipes de pesquisadores estão testando diferentes técnicas de manejo para controlar a proliferação do coral invasor. As abordagens mais promissoras até o momento são a remoção manual do coral e a injeção de sal azedo, consideradas as técnicas mais eficientes. Vale destacar que as ações estão sendo realizadas com a autorização de pesquisa do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Inema, para garantir que o trabalho seja executado de acordo com as normas ambientais.

A operação conta com o apoio de entidades como a ONG Pró-Mar e de especialistas de diversas instituições acadêmicas, como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Universidade Federal da Bahia (UFBA), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Senai/Cimatec. Além disso, a Capitania dos Portos da Bahia, a Marinha e a Companhia de Polícia de Proteção Ambiental (Coppa) da Polícia Militar da Bahia (PMBA) oferecem suporte técnico e operacional.

Apesar dos avanços, a recorrência do coral em áreas já tratadas demonstra a necessidade de intensificar as ações e o monitoramento. As próximas etapas envolverão articulações com o Ibama, com o objetivo de possibilitar a erradicação completa do coral invasor, uma vez que o instituto detém a competência para o controle da introdução de espécies invasoras no Brasil.

Os recifes de corais da região desempenham um papel crucial no equilíbrio ecológico marinho, além de atuar como barreiras naturais contra a erosão costeira. No entanto, a presença do coral invasor ameaça diretamente esses ecossistemas, competindo por espaço e recursos com os corais nativos e comprometendo a fauna marinha que depende desse habitat. A invasão do Chromonephthea braziliensis prejudica a biodiversidade, altera a estrutura ecológica dos recifes, reduzindo sua capacidade de proteger a costa e sustentar a diversidade biológica. Este impacto afeta não apenas o meio ambiente, mas também as comunidades locais, cuja subsistência depende da pesca e da coleta de mariscos.

Após as expedições de testes, as próximas etapas envolvem o planejamento das remoções propriamente ditas, em parceria com a ONG Pró-Mar, que detém a licença para a remoção de outro coral invasor na região. A previsão é que o trabalho de remoção comece após o dia 4 de fevereiro, com o objetivo de intensificar o combate à invasão do coral e garantir a proteção dos recifes e das comunidades que dependem dos recursos marinhos.

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