Publicado em 14/03/2025 às 18h48.

Auditores fiscais repudiam declarações de Bruno Reis sobre fiscalização do trabalho no Carnaval

Polêmica teve início após uma ação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que resgatou 303 vendedores ambulantes em condições análogas à escravidão

Redação
Foto: Jorge Jesus/bahia.ba

 

A Delegacia Sindical na Bahia do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (SINAIT DS/BA) emitiu uma nota de repúdio em resposta às declarações do prefeito de Salvador, Bruno Reis, que questionou a atuação da Auditoria-Fiscal do Trabalho durante o Carnaval de 2025. O prefeito insinuou que a fiscalização teria sido conduzida sem critérios técnicos e com viés político.

A polêmica teve início após uma ação do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que resgatou 303 vendedores ambulantes em condições análogas à escravidão durante o Carnaval de Salvador. A fiscalização constatou que os trabalhadores enfrentavam jornadas exaustivas de 14 a 20 horas diárias, sem intervalos adequados, e careciam de infraestrutura mínima para higiene e descanso, sendo obrigados a dormir nas ruas em condições precárias. Diante disso, tanto a Ambev quanto a Prefeitura de Salvador foram responsabilizadas pelas condições impostas aos ambulantes.

Em resposta, o prefeito Bruno Reis classificou as acusações do MTE como irresponsáveis e acusou o órgão de tentar politizar a situação. Em contrapartida, o SINAIT DS/BA defendeu a imparcialidade e o rigor técnico da Auditoria-Fiscal do Trabalho, ressaltando que todas as ações fiscais são baseadas em critérios técnicos e legais, visando garantir aos trabalhadores direitos essenciais de cidadania, dignidade e segurança no trabalho. O sindicato enfatizou que a fiscalização não pode ser desonrada por agentes políticos que, diante de situações adversas, optam por ataques infundados.

A nota de repúdio reforça o compromisso dos Auditores-Fiscais do Trabalho em contribuir para um ambiente laboral mais digno, especialmente para os trabalhadores mais vulneráveis, e reafirma a missão de fiscalizar e assegurar condições adequadas de trabalho, independentemente de pressões políticas.

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