Publicado em 14/07/2025 às 17h35.

Bolsonaro leu e alterou minuta do golpe, reafirma Mauro Cid

Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais no governo passado levou um jurista para duas reuniões com Bolsonaro para apresentação do documento golpista

Redação
Foto: Felipe Sampaio/STF

 

Em novo depoimento prestado nesta segunda-feira (14), o tenente-coronel Mauro Cid confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro teve contato e leu o documento golpista que previa a decretação de novas eleições e a prisão de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2022.

O documento ficou conhecido como minuta do golpe. Cid foi ouvido em novo depoimento prestado ao ministro Alexandre de Moraes, relator das ações penais que tratam dos núcleos 2,3 e 4 da trama golpista. A acusação é da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Cid foi ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e é delator nas investigações. Ele confirmou que Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais no governo passado e réu no processo, levou um jurista para duas reuniões com Bolsonaro para apresentação do documento golpista.

Durante a reunião, Bolsonaro leu o documento e pediu alterações. A informação foi confirmada por Mauro Cid ao relator Moraes. Segundo ele, o documento previa a prisão de ministros do Supremo e do então presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), mas foi alterado para prever somente a prisão de Moraes.

“O documento era composto de duas partes. A primeira parte eram os considerandos. Eram possíveis interferências que o STF e o TSE fizeram no processo eleitoral. A segunda, a prisão de autoridades e a decretação de eleições”, revelou Cid.

Esse depoimento aconteceu por video conferência e por decisão do STF não foram permitidos fotos, gravações de áudio e vídeo, nem transmissão ao vivo. Apenas advogados dos acusados e a imprensa puderam acompanhar a oitiva.

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