Ateliê Rua Trezze une moda e Hip Hop em audiovisual

A Rua Trezze, marca baiana de moda independente, lança no próximo dia 15, no seu canal no YouTube, o projeto Ateliê Rua Trezze Session. O videoclipe conecta moda, música e cultura urbana em uma experiência estética e social inspirada nas Block Parties, festas de rua que deram origem ao movimento Hip-Hop. O lançamento inaugura uma nova fase do Ateliê, que passa a investir em produções audiovisuais como forma de ampliar o diálogo entre moda, arte e território.

Gravado na Pista de Skate do Hiper BRT, no Parque Bela Vista, em Salvador, o projeto transforma o espaço público em passarela e palco. A escolha da locação reforça a proposta de ocupar criativamente a cidade. A direção criativa é assinada por João Guaragna, com direção audiovisual de Douglas Henrique e produção musical de Raonir Braz, do estúdio MPN Records. A fotografia é de Romário Carva, que assina o registro visual do projeto.

No centro da obra está o rapper ErriVance, artista natural de Piritiba (BA), que interpreta a faixa inédita “Soteropocentrismo” — termo que questiona a concentração de visibilidade e recursos culturais em Salvador, em detrimento das demais regiões do estado. A canção, composta pelo próprio rapper em parceria com Raonir Braz, traz sample de “Guerra de Facão”, do saudoso cantor e compositor Wilson Aragão, também de Piritiba (BA), e homenageia Afrika Bambaataa, uma das maiores referências do Hip-Hop mundial.

“O Session fala sobre coletividade, resistência e a importância de ocupar espaços”, resume João Guaragna, diretor criativo do projeto. “A gente quis mostrar a diversidade de corpos e a moda independente e sustentável como elementos centrais dessa narrativa. ErriVance representa essa cultura de rua não só pelo rap, mas pela trajetória dele como artista do interior da Bahia que faz arte com qualidade e propósito”, conta.

A estética street do projeto combina as linguagens do Hip-Hop e do sertão, evocando de forma latente os quatro elementos da cultura hip-hop: rap, DJ, graffiti e breakdance. Os figurinos, construídos com peças upcycle, trazem símbolos reinterpretados em linguagem urbana, como o cangaço. A paleta de cores também é simbólica: vermelho, branco e azul representam a Bahia, enquanto marrom, preto e bege evocam o couro e o Nordeste.

O Session conta ainda com a participação de Jorge Hilton, pesquisador e autor do livro “Bahia com H de Hip-Hop”. Ao final do vídeo, ele faz uma fala sobre as Block Parties e o surgimento dos elementos do Hip-Hop, conectando a obra ao contexto histórico e cultural que inspira o projeto.

Nova fase, novas narrativas

O lançamento do Ateliê Rua Trezze Session marca o início de um novo ciclo para a marca e é a primeira grande vitrine dessa consolidação como um laboratório de moda, arte e cultura de rua. Nesse mesmo movimento, o Ateliê lançou recentemente a coleção “EtRior” que nasce a partir de duas figuras: o ET como figura que representa o estranho, e o Interior que representa tanto o território quanto o sentimento, que está além da superfície. A coleção foi criada e pensada em uma perspectiva contra hegemônica, partindo da estética não convencional, sustentável, gênero fluido, e dialogando com movimentos de contracultura como o Hip Hop e o Punk.

Sobre o Ateliê Rua Trezze

O Ateliê Rua Trezze é uma marca baiana de moda independente que se consolidou como um laboratório de arte, moda e cultura de rua. Com a sustentabilidade como pilar central, a marca explora e discute identidades, memórias e resistências por meio de suas criações autorais.