Justiça anula absolvição de Iuri Sheik por homicídio de empresário e determina novo julgamento

A Justiça da Bahia anulou, em decisão proferida nesta terça-feira (9), o júri popular que havia absolvido o influenciador digital Iuri Santos Abraão, conhecido como Iuri Sheik, da acusação de homicídio. Ele é réu pela morte do empresário William de Oliveira, ocorrida em 2019, durante uma festa de São João em Santo Antônio de Jesus, no Recôncavo baiano.

A nova sentença foi emitida pelo desembargador Eserval Rocha, cerca de sete meses após o veredito inicial de absolvição. As informações foram obtidas pelo BATV, da TV Bahia. O magistrado analisou um recurso apresentado pela acusação, que argumentou que a decisão do júri popular teria sido manifestamente contrária às provas apresentadas ao longo do processo.

Com a anulação, um novo julgamento de Iuri Sheik deverá ser marcado. A defesa do influenciador, por sua vez, discorda da tese e informou que recorreu da decisão, classificando a afirmação de que o resultado foi contrário às provas como “escabrosa”.

Entenda o caso

A absolvição de Iuri Sheik ocorreu no dia 20 de maio, após uma sessão de júri que se estendeu por 10 horas. Durante o julgamento, Iuri Sheik chegou a ser recebido com hostilidade ao se apresentar no Fórum Desembargador Wilde Oliveira Lima. 

Em seu depoimento, ele admitiu ter atirado contra William de Oliveira, mas alegou legítima defesa, afirmando que a arma pertencia à própria vítima e que ele teria se sentido ameaçado após um desentendimento.

O júri popular que o absolveu foi composto por sete membros da sociedade civil, cuja maioria acolheu a tese da defesa. No entanto, para o Ministério Público da Bahia (MP-BA), o influenciador cometeu o assassinato por motivo fútil.

Familiares da vítima acompanharam o julgamento e manifestaram a dor pela perda. A mãe do empresário, Nélia de Oliveira, desabafou sobre a ausência do filho, mesmo após quase seis anos do crime.

Iuri Sheik chegou a ser preso no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador, entre 2019 e 2020. Desde que obteve um habeas corpus, ele aguardava o julgamento em liberdade.