Publicado em 15/04/2017 às 17h10.

Pelegrino mandava ‘representantes’ para receber caixa 2, diz delator

Ex-executivo da Odebrecht, André Vital, disse não entregou recursos “pessoalmente” ao deputado federal

Rodrigo Daniel Silva
Foto: Leonardo Prado / Câmara dos Deputados
Foto: Leonardo Prado / Câmara dos Deputados

 

O deputado federal Nelson Pelegrino (PT) mandava “representantes” para receber recursos de caixa 2 no escritório da construtora Odebrecht em Salvador, quando concorreu a prefeito da capital baiana na eleição de 2012, segundo relatou o ex-executivo da empreiteira, André Vital, no acordo de colaboração premiada.

Conforme o delator, ele se reuniu com o próprio parlamentar e o comunicou que a Odebrecht iria “apoiar” sua candidatura com R$ 1,5 milhão. “Me recordo que R$ 200 mil foram doados via bônus eleitoral e o saldo de R$ 1,3 milhão foram (sic) doados via caixa 2. As entregas foram feitas por mim para – não me recordo do nome das pessoas, que não conhecia – representantes dele no escritório da companhia”, disse, ao ressaltar que “não entregou pessoalmente a ele [Pelegrino] o recurso de caixa 2”.

Ainda segundo Vital, Pelegrino enviava mensagens por celular a ele para informar a pessoa que iria procurá-lo no escritório da construtora. “Eu tenho identificação de chamada próximo ao dia de pagamento”, ressaltou.

Pelegrino disputou a Prefeitura de Salvador em 2012 contra ACM Neto (DEM), que também é suspeito de receber recursos da Odebrecht via caixa 2. No segundo turno, o democrata venceu com 53,51% dos votos contra 46,49%.

O delator contou ainda que a construtora também fez doações “oficiais” para campanha de Nelson Pelegrino a deputado federal em 2014. Segundo ele, “não houve [pedido de] contrapartidas” em nenhum dos pleitos.

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