Publicado em 19/11/2025 às 11h13.

PL do Streaming em discussão: o Brasil entre a regulação e o futuro

O erro seria regular olhando para o passado

Ricardo Godoy
Foto: Talita Aqueu

 

A aprovação, pela Câmara dos Deputados, do Projeto de Lei conhecido como PL do Streaming representa um marco importante para o setor audiovisual brasileiro. Agora em tramitação no Senado, a proposta busca atualizar as regras de tributação das plataformas digitais e de streaming, reconhecendo que a economia digital é um elemento essencial da indústria e deve contribuir para o seu fortalecimento. O grande desafio é conciliar o incentivo à produção nacional com a manutenção de um ambiente favorável à inovação, que tem mantido o mercado vibrante e competitivo.

Com alíquotas que podem chegar a 4% da receita bruta e novas exigências quanto ao conteúdo disponível, há o risco de se criarem barreiras de entrada que privilegiam apenas os grandes players internacionais. Startups e empresas brasileiras muitas delas responsáveis por avanços tecnológicos e novos formatos de negócio podem acabar em desvantagem se a regulação não levar em conta a diversidade e o potencial criativo do ecossistema local.

O erro seria regular olhando para o passado. O mundo caminha rapidamente para formatos que vão muito além do vídeo sob demanda. Interatividade, T-Commerce, inteligência artificial, publicidade integrada e experiências participativas estão transformando o streaming em um ecossistema completo, com novas fontes de receita e maior envolvimento do público.

É fundamental destacar que legislar com base em modelos estrangeiros ou em ideias ultrapassadas não impulsionará o futuro. O Brasil precisa de uma regulação moderna e flexível, que estimule o crescimento da indústria e fortaleça a inovação, sem simplesmente reproduzir soluções importadas.

Se o PL do Streaming conseguir equilibrar o estímulo à cultura nacional com a preservação do ambiente inovador, o país poderá não apenas acompanhar, mas liderar a próxima fase da transformação digital.

Regular é necessário. Regular com visão de futuro é essencial. O amanhã do streaming não está apenas em assistir, mas em interagir, participar e comprar na tela. E o Brasil tem potencial para estar na vanguarda desse movimento global.

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