Publicado em 14/01/2020 às 20h20.

Com redução de 20% no teste do pezinho, Apae pede que pais procurem postos

Exame permite a detecção de diversas enfermidades e deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de vida do bebê

Redação
Foto: Divulgação/Apae
Foto: Divulgação/Apae

 

Com o objetivo de chamar atenção da população sobre a importância do teste do pezinho, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae Salvador) intensifica este mês as ações para mobilizar pais e mães acerca da necessidade de levar os filhos aos postos de coleta.

Famosos como a cantora Claudia Leitte – mãe de Bela, Rafael e Davi – aderiram a mobilização. A artista, com quase 20 milhões de seguidores, compartilhou o card da entidade com o alerta: “Mamãe e papai, não esqueçam de levar o seu bebê para fazer o teste do pezinho”.

A preocupação não é à toa. Segundo a diretora médica da Apae Salvador, Helena Pimentel, houve uma redução de quase 20% na procura pelo teste na primeira semana do ano na Bahia, se comparado com o mesmo período de 2019.

Ela informou que, no ano passado, nos primeiros setes dias úteis, foram realizados 3.760 testes. Este ano, no entanto, foi registrada uma redução de 746 recém-nascidos, com relação ao mesmo período.

“Por conta disso, alertamos para a necessidade de as famílias levarem os bebês aos postos de coleta. O exame é fundamental para detectar e, como consequência, prevenir e tratar doenças”, afirma Helena.

Exame – O teste do pezinho permite a detecção de diversas enfermidades e deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de vida do bebê, sempre após 48h da primeira alimentação, alerta a equipe da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab).

O órgão ainda informa que não existem impedimentos para os recém-nascidos que passarem do prazo, mas que é importante que o exame seja realizado o quanto antes para que o tratamento, caso necessário, seja iniciado logo cedo.

Por que fazer

A maioria das doenças investigadas pelo teste do pezinho são assintomáticas no período neonatal (de 0 a 28 dias de vida) e podem levar a deficiência mental ou afetar gravemente a saúde da criança.

Tratadas a tempo, a chance de que a doença não leve a sequelas é grande, melhorando a qualidade de vida dos afetados, como destaca a diretora médica da Apae Salvador.

O teste do pezinho, feito por meio do SUS, permite detectar doenças como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, hiperplasia adrenal congênita, deficiência de biotinidase e aminoacidopatias, além de doenças falciformes e outras hemoglobinopatias.

No entanto, a Apae Salvador também oferece a ampliação de cobertura para outras doenças, por meio de atendimento particular e convênios. Após realizar a coleta de sangue, a médica Helena chama atenção para que os pais não esqueçam de pegar o laudo com os resultados, porque esta é a garantia da realização adequada do exame.

“Muitas pessoas não se preocupam em pegar os resultados porque acham que, se alguma doença for diagnosticada, a Apae entrará em contato. Nós entramos em contato, mas se por algum motivo a amostra de sangue estiver inadequada ou não chegar a Apae os exames laboratoriais não serão realizados.

O resultado dos exames fecha o ciclo do programa e é sempre necessário mostrar o resultado ao pediatra ou à enfermeira do posto”, reforça.

A coleta do teste do pezinho pode ser realizada pelo SUS em um dos 4 mil postos de saúde distribuídos em Salvador e em todos os municípios do Estado da Bahia ou na Apae Salvador (Alameda Verona, 32 – Pituba).

Parceria com os municípios

Para garantir a cobertura cada vez mais próxima dos 100% de recém-nascidos triados, e uma coleta no período ideal, a Apae Salvador conta com o envolvimento das gestões municipais e das equipes de saúde das cidades baianas.

Além disso, o tratamento e acompanhamento com equipe interdisciplinar é realizado na Apae e depende do apoio dos municípios no deslocamento das famílias. A instituição também promove capacitação permanente para as equipes que trabalham com a triagem neonatal.

“As três esferas do governo (municipal, estadual e federal) precisam trabalhar de forma coesa para que o programa tenha êxito e alcance o seu propósito”, conclui Helena.

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