Elétrica espanhola demite dois mil trabalhadores na Bahia

Depois de dispensar 500 funcionários em novembro, Abengoa desligou nesta terça-feira mais 1.500 operários

Redação

abengoa 2 — Companhia espanhola entrou com pedido de recuperação judicial/Divulgação

Pelo menos dois mil trabalhadores da empresa elétrica espanhola Abengoa acabam de ser dispensados na Bahia, em consequência da crise pela qual passa a matriz da companhia na Europa. Em meados de novembro, 500 funcionários já haviam sido demitidos. Nesta terça-feira (1º), mais 1,5 mil foram desligados.

As demissões atingem o canteiro de obras ATE XVI, em Barreiras, no oeste do estado. Uma semana antes, a companhia havia entrado com pedido de recuperação judicial no país ibérico e informou que as operações no Brasil também seriam afetadas. A Abengoa atua principalmente na construção e operação de linhas de transmissão de energia.

Em nota, a empresa esclarece que passa por um processo de reestruturação, como forma de “preservar o negócio”. Entre outros procedimentos, a recuperação judicial possibilita a negociação de dívidas com os credores.

No Brasil, a elétrica possui 6,3 mil quilômetros em linhas de transmissão em construção, entre as quais, uma instalação para o futuro escoamento da energia da hidrelétrica de Belo Monte, que está em construção no Pará. Na Bahia, responde por obras de energia renovável e infraestrutura. A Abengoa está presente em mais de 80 países e tem o maior projeto de linhas de transmissão do Nordeste brasileiro.

Sindicato – Procurado pelo bahia.ba, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial (Sintepav-BA) confirmou a perda de vagas em Barreiras e disse, por meio da assessoria de comunicação, que ingressou com um pedido de mediação em caráter de urgência, junto ao Ministério Público do Trabalho, em relação às demissões em massa praticadas pela companhia.

Na semana passada, o vice-presidente do Sintepav-BA, Irailson Warneaux, participou de uma reunião com representantes da Abengoa, quando foi informado de que a empresa vai demitir até 4,6 mil, dos 5 mil trabalhadores que atuam no Brasil.

Em nota publicada em seu site, a entidade de classe lamenta as demissões, “que agravarão o quadro de crise social das regiões dos municípios Riachão das Neves, Barreiras, Santana, Bom Jesus da Lapa, Igaporã, Livramento de Nossa Senhora, Ibicoara, Planaltino, Castro Alves e Sapeaçu”. Ainda de acordo com o comunicado, o Sintepav alerta que “a demissão de milhares de trabalhadores causará impacto direto na economia local, diminuindo o fluxo de renda no estado”