Publicado em 04/12/2015 às 16h02.

Empresários discutem agenda mínima para o petróleo

Com a participação da baiana Enseada Indústria Naval, encontro foi realizado na sede da Firjan, no Rio de Janeiro

Elieser Cesar
Encontro na sede da Firjan teve como pauta crise do petróleo/Divulgação
Encontro na sede da Firjan teve com o pauta crise do petróleo/Divulgação

 

Um conjunto de ações para fortalecer o setor do petróleo no Brasil foi discutido no seminário “O Futuro da Indústria Brasileira no Setor de Petróleo”, realizado pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), no Rio de Janeiro. O segmento enfrenta uma grave crise com cortes de investimentos feitos pela Petrobras que, somente no primeiro semestre deste ano, sofreu um prejuízo de R$ 3,8 bilhões.

O debate teve a participação do diretor de Relações Institucionais da Enseada Indústria Naval, Humberto Rangel. A empresa é responsável pelo Estaleiro do Paraguaçu, obrigado a demitir, em um ano, cerca de 5 mil funcionários e praticamente paralisar suas atividades no Recôncavo baiano. Rangel abordou o tema Agenda Mínima e o Desenvolvimento do Setor de Petróleo. “Vislumbramos na Agenda Mínima uma oportunidade de aperfeiçoamento da política de conteúdo local, que, sem dúvida, responde pela retomada do setor e o seu expressivo crescimento no período de 2007 a 2014”, disse.

O executivo afirmou ainda que a situação de dependência de um operador exclusivo, a Petrobras, limita o crescimento no mercado. “Se tivéssemos mais operadores, teríamos novas oportunidades, uma vez que esses operadores estarão subordinados aos balizamentos da política de conteúdo local. O setor de óleo e gás é o melhor qualificado para reagir a uma mudança de rumo e atrair novos investidores”, observou

Rangel: '“Se tivéssemos mais operadores, teríamos novas oportunidades'/Divulgação
Rangel: ‘“Se tivéssemos mais operadores, teríamos novas oportunidades’/Divulgação

Participaram do evento na Firjan o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão; o presidente do Sistema Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa; o diretor-geral da Onip, Eloi Fernández; além de executivos e pesquisadores de instituições como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, (Abimaq), Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Fundação Getúlio Vargas (FGV), Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (Abespetro) e Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi).

Crise – A crise na Petrobras, cuja imagem está abalada pelo escândalo do petróleo apurado pela Operação Lava Jato, se agudizou com a queda drástica do preço internacional do petróleo. Em 2008, o barril do óleo custava R$ 146 e agora está em apenas US$ 44. Com o preço em alta, a petrolífera brasileira fez planos de expansão, principalmente para a exploração do pré-sal. No projeto, apesar da esperada redução do preço do petróleo, o cenário mais otimista previa que, até 2017, o preço do barril se manteria por volta de U$ 100. Não foi o que aconteceu e, por enquanto, não há nenhuma perspectiva de o preço do barril aumentar em 2016.

Com a baixa, a Petrobras teve que rever seu Plano de Negócios e Gestão e cortar US$ 90 bilhões de investimentos (de US$ 220 bilhões previstos passou para US$ 130 milhões). A área de operação foi a mais afetada pelos cortes (65%), seguida da produção (33%), cuja estimativa caiu de 4 milhões de barris de petróleo, por dia, para 2,8 milhões.

Na Bahia, a Enseada Indústria Naval deixou de receber R$ 1,8 bilhão, decorrente da dívida da Sete Brasil e do atraso da liberação da segunda parcela do financiamento do Fundo da Marinha Mercante, no valor de R$ 600 milhões. A Enseada foi contratada pela Sete Brasil para produzir seis navios-sonda para a exploração da camada pré-sal do petróleo. Também citado na Lava Jato, o consórcio criado pela Odebrecht, OAS, UTC e a japonesa Kawasaki é responsável pela transferência de tecnologia.

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