Publicado em 02/04/2018 às 09h16.

Na volta da ilha, passageiros chegam a aguardar 10 horas na fila

O jornalista Karlo Dias iniciou a “Via Crucis”, na espera dos carros do Terminal de Bom Despacho, às 17h do domingo e só embarcou às 3h desta segunda-feira

Luís Filipe Veloso
Foto: Mariana Régis/ leitora bahia.ba
Foto: Mariana Régis/ leitora bahia.ba

 

Os pedestres que deixam a Ilha de Itaparica pelo sistema Ferry Boat, na volta do feriadão de Semana Santa, e ainda tentam chegar a Salvador nesta segunda-feira (2) aguardam, em média, duas horas na fila, segundo informou ao bahia.ba a advogada Mariana Régis, que embarcou às 8h no Terminal de Bom Despacho. Neste domingo (1º), o jornalista Karlo Dias esperou 10 horas na fila e só conseguiu iniciar a viagem pela Baía de Todos-os-Santos às 3h de segunda.

Em uma jornada de temor e sorte, a defensora saiu de Moreré, no Sul baiano, no domingo, mas desistiu de utilizar o ferry e foi procurar abrigo na casa de veraneio de uma amiga, em Gameleira, após presenciar e escapar de uma confusão protagonizada por uma mulher e um Policial Militar.

“Graças a Deus tinha a casa de minha amiga aqui que é próxima do terminal, […] então resolvi acabar com aquela espera de duas horas [na fila de pedestres]”, relatou Mariana que já encontrou o “caracol” na saída do terminal, acessando a rodovia BA-001. “Não fazia ideia de quando íamos embarcar”, completou.

O caso do comunicador foi ainda mais crítico: Karlo saiu de Ubaíra às 14h e só conseguiu desembarcar na capital por volta das 4h. Ele iniciou a “Via Crucis” na BA-001, pouco antes da torre da Rádio Sociedade da Bahia.

“Quando cheguei na fila [às 17h] fiquei superfeliz. Achei até que estava pequena e estava até andando, por isso não voltei e peguei a estrada”.

Mas o tempo foi passando, o sol se pôs e só às 22h o jornalista resolveu deixar o carro para ir ao guichê saber o que ocorria. Segundo um preposto da Internacional Travessias, concessionária do serviço, apenas quatro dos oito navios realizavam as viagens.

Entre desentendimentos e desinformações, finalmente conseguiram chegar ao pátio após a meia-noite. Por determinação da direção, só após esse horário os embarques seriam retomados para que os clientes não pagassem tarifa de fim de semana na madrugada de um dia útil.

Foto: Karlo Dias/ leitor bahia.ba
Foto: Karlo Dias/ leitor bahia.ba

 

Em resposta ao bahia.ba, a Internacional Travessias justificou que apenas a metade das embarcações operam o sistema desde as 18h de domingo porque o ferry Rio Paraguaçu teve de ser retirado de circulação após apresentar um defeito. As viagens acontecem de hora em hora, ritmo utilizado em dias comuns, com baixa demanda.

Sobre os outros navios quebrados, a concessionária alegou que os ferries Maria Bethania e Pinheiro passam por reforma geral e uma manutenção no Anna Nery foi atrasada pela demora da chegada de peças que são importadas.

Foto: Karlo Dias/ leitor bahia.ba
Foto: Karlo Dias/ leitor bahia.ba

 

Pouco antes de embarcar, Karlo flagrou o ferry Agenor Gordilho parado, o que levantou a suspeita de que o serviço era operado por apenas três embarcações na madrugada.

Lanchas – Já na travessia Mar Grande-Salvador o movimento é intenso, mas sem filas, de acordo com a associação que opera o serviço. Oito lanchas realizam viagens com saídas a cada 30 minutos.

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