Publicado em 26/10/2019 às 12h00.

Projetos criam soluções para barrar óleo nas praias do nordeste

Dois experimentos que criam contenções para o vazamento de petróleo estão sendo testados por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia

Redação
Foto: Ícaro Moreira / Divulgação
Foto: Ícaro Moreira / Divulgação

 

Dois experimentos que criam contenções para o vazamento de petróleo estão sendo testados por pesquisadores da Universidade Federal da Bahia. Um deles é Hagmar Tinoco, de 15 anos, que foi um dos destaques do 10º Encontro de Jovens Cientistas, promovido pela UFBA. O projeto do garoto utiliza palha de coco e de milho como base para barrar o resíduo.

A Barreira Orgânica de Contenção (BOC) é feita de palha verde do milho, recém-tirada do grão, juntamente com cordas de sisal. Juntando os dois materiais é possível criar uma barreira natural em torno da mancha de petróleo na água. Com o tempo, a palha do milho absorve o óleo poluente. após isso, as palhas e cordas contaminadas poderão ser trituradas e usadas na produção de asfalto para a manutenção de avenidas.

 

De acordo com o estudante, o projeto começou em uma pesquisa sobre a utilização da pipoca como absorvente do petróleo. “A partir desse conhecimento, passando a analisar a possibilidade de utilizar algum outro material proveniente do milho para a criação de uma barreira, descobrimos que a palha do milho caberia nesse papel, pois ela é muitas vezes descartada, principalmente na agricultura extensiva”, contou o jovem.

Ele explica ainda que a ideia de aliar ao sisal surgiu após a necessidade de uma contribuição com a barreira já que as palhas sozinhas não iriam suportar as ondas de mudanças constantes do tempo no mar. “O primeiro material analisado foram as redes de nylon utilizadas em feiras. Fizemos testes e funcionou, no entanto, descartamos o essa possibilidade, pois não seguia com a nossa proposta que é de ser o menos sintético possível. Então, nos deparamos com as cordas de sisal. Realizamos testes e as cordas se encaixaram e funcionaram”, revelou o estudante.

O estudo, que acontece desde 2014, alterou a fibra natural para torná-la mais eficiente. O produto a  base de fibra de coco foi patenteado há cerca de um ano. A fibra alterada se torna 20 vezes mais resistente na absorção de óleo e já foi testada nas praias da Pituba, logo que o vazamento chegou em Salvador, no início de outubro.

O produto tem três variações e pode ser utilizado tanto na água quanto na areia ou em rochas.

Além da fibra, outra patente do instituto, um reator de micro-algas, é utilizado para remover uma parte tóxica do óleo cru. As microalgas também são separadas em laboratório e reutilizadas para produzir biodiesel.

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