Publicado em 15/04/2019 às 06h34.

Semana Santa: chuva e cancelamentos de voos da Avianca prejudicam turismo

Representantes do trade turístico estavam otimistas para o feriado de Páscoa, mas a taxa de ocupação hoteleira não deve passar dos 60%

Rayllanna Lima
Foto: Camila Souza/ GOVBA
Foto: Camila Souza/ GOVBA

 

A expectativa no trade turístico para o feriadão da Semana Santa, até meados do mês de março, era uma das melhores possíveis. Contudo, o otimismo do setor caiu devido ao período chuvoso e aos cancelamentos de voos da companhia Avianca, que resultaram na diminuição da procura de Salvador nos mecanismos de busca de viagens e no cancelamento de hospedagens que já haviam sido agendadas.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis da Bahia (ABIH-BA), Glicério Lemos, a taxa de ocupação hoteleira deve ficar na casa dos 50% durante o feriadão de Páscoa.

“É um número muito baixo. A movimentação não está como a gente esperava. Os problemas da Avianca trouxeram muitos cancelamentos. O mercado não dispõe de aeronaves para repor esses voos, por isso estamos muito preocupados. Como sempre, quem vai sofrer é a hotelaria”, afirmou.

Apesar de o período não ter boa projeção de movimentação turística em Salvador, regiões do litoral norte e municípios vizinhos estão entre os destinos mais procurados pelos brasileiros para curtir a folga em abril, conforme informa o presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), Silvio Pessoa.

“Projetamos uma excelente ocupação para o litoral. A mesma coisa para Porto Seguro, Morro de São Paulo e Ilhéus. Para Salvador, nos últimos 20 dias a expectativa era a mesma. Em função das chuvas e da Avianca a procura diminuiu. Nossa esperança é que nessa última semana dê uma alavancada ainda. Mas poderia ter sido um feriado melhor aqui em Salvador. Esses problemas da diminuição dos voos da Avianca comprometem muito a vinda de turistas para a nossa cidade”, disse.

Segundo ele, hotéis da linha turística entre Itapuã e Pelourinho terão uma ocupação razoável durante a época. Em outras regiões, contudo, a ocupação deve ser bem abaixo do esperado.

“As pessoas, antigamente, compravam passagens aéreas com seis meses. Agora eles deixam para 14 ou 15 dias antes. Se tiver chuva, eles preferem cancelar a vinda do que ir para o destino e ficar trancado, sem poder aproveitar. Em tempos globalizados, as pessoas mudam o destino e cancelam viagens com muita facilidade. Apesar da nossa cidade estar cada vez mais bonita, a gente precisa também de um sol para ajudar”, analisou.

Avianca – No final do mês de março, a Avianca anunciou que a partir de abril encerraria sete voos que tinham Salvador como destino ou partida, como parte de um plano de recuperação judicial. A companhia deve intensificar o cancelamento de voos em todo o Brasil a partir desta segunda-feira (15).

A ação prejudica a economia de toda a Bahia, na análise do secretário municipal de Cultura e Turismo, Cláudio Tinoco. “Estamos colhendo as consequências de uma política equivocada do governo do Estado da Bahia, de não baixar o ICMS. Nesse momento, o que a prefeitura pode fazer é intensificar aquilo que já está fazendo, que é cuidar bem do destino Salvador. Nós colocamos Salvador na prateleira de vendas e como um dos principais destinos do Brasil”, disse ao bahia.ba, após o anúncio da companhia aérea.

 

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