Publicado em 12/07/2020 às 10h00.

SSP reconstitui operação que resultou na morte do miliciano Adriano da Nóbrega

Cerca de 50 policiais participam da reprodução simulada em um sítio na cidade de Esplanada

Redação
Foto: Alberto Maraux/SSP-BA
Foto: Alberto Maraux/SSP-BA

 

Cinco meses após a morte do ex-policial militar do Rio de Janeiro Adriano Magalhães da Nóbrega, a SSP-BA (Secretaria da Segurança Pública da Bahia) realiza neste domingo (12) a reconstituição do confronto no qual o miliciano acabou abatido por forças policiais do estado.

Cerca de 50 agentes participam da reprodução simulada.

A reconstituição foi solicitada pelo Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado e é coordenada pelo DPT (Departamento de Polícia Técnica).

Com a reprodução simulada, a Corregedoria da PM baiana concluirá o investigação que deve sustentar a tese de que Adriano reagiu à ação policial com disparos de arma de fogo e, por isso, foi alvejado duas vezes.

A reconstituição acontece no mesmo dia em que o portal UOL revela a existência de um elo entre Adriano e Ronnie Lessa, acusado de matar a vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes.

Apontado como chefe da milícia que agia nas comunidades de Rio das Pedras e de Muzema, o Capitão Adriano, como era conhecido, foi morto em fevereiro, na zona rural de Esplanada, a 170 quilômetros de Salvador.

À época, familiares do ex-PM chegaram a levantar a hipóteses de que ele fora torturado e executado, após a revista Veja veicular uma reportagem na qual dois médicos legistas apontarem, com base em foto, sinais de queimadura no peito do ex-PM e marcas aparentam, segundo os especialistas, um “tiro de misericórdia”.

Peritos do IML da Bahia que fizeram a necropsia no corpo do miliciano rechaçaram a tese, sustentando que os tiros que o mataram foram dados a, no mínimo, um metro e meio de distância.

Nove dias após o procedimento cadavérico, a juiz Augusto Yuzo Jouti, da comarca de Esplanada, determinou a realização de novo exame, a realizado pelo Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. A decisão atendeu a um pedido Ministério Público da Bahia e de familiares do ex-capitão.

Ao justificar a medida, os promotores afirmaram que consideravam prematura a liberação do corpo do miliciano para uma possível cremação, a pedido da família, uma vez que a incineração “extinguiria a possibilidade de realização de novos exames no corpo necessários à completa elucidação das circunstâncias da morte”.

Após conclusão da segunda perícia, o corpo foi liberado no dia 21 de fevereiro.

A necropsia do IML fluminense então corroborou o resultado do exame cadavérico feito na Bahia e concluiu que os disparos contra o capitão Adriano foram feitos a uma distância superior a 1,5 metro e que, portanto, não havia evidências de tortura e de que ele tenha sido executado.

 

 

 

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